Quem sou eu

segunda-feira, 24 de novembro de 2008




Da Vida Energia à Vida Consciência,
ou o verdadeiro e único objectivo da Vida
Paulo Andrade
Desde sempre tem existido uma Excelsa Fraternidade Branca assim consignada por sua característica exclusivamente Evolucional cujo alicerce é uma enorme plêiade de Mestres, Sábios, Videntes, Profetas e Sibilas, que tem sido responsável pela Evolução Planetária e, consequentemente, da Humanidade nas suas diversas áreas de vida. Parte do seu Conhecimento, que tem sido custodiado ao longo de insondáveis Eras, está ao alcance de todos nós sob o nome de Teosofia, mas também e em sua concordância no caso particular da Comunidade Teúrgica Portuguesa, através da pragmática gradual conscientizadora de como Bem-Viver, ou seja, dos ensinamentos eubióticos do Professor Henrique José de Souza, já que Eubiose é a exclusiva e soberana “Ciência do Futuro” como Arte Magna de Bem-Viver, indispensável à transformação do ignorante um sábio, do pecador um santo, do profano um Iniciado...
Baseados nessas premissas em que concordamos em absoluto, parece-nos evidente que o ensejo mais elevado de qualquer ser humano deverá ser alcançar o seu ideal superior, pois não é concebível que ninguém possua um qualquer ideal de vida. A consciência superior advém da existência e persistência na concretização desse ideal, e é assim que aquele que tem um ideal mortal morre com ele, e aquele que detém um ideal imortal acabará fazendo-se imortal no esforço da sua demanda em alcançá-lo. Daí que o verdadeiro ou supremo Ideal de todo o indivíduo deverá ser o seu próprio Ego Espiritual, Superior (o seu Cristo ou o seu Deus).
Vivemos tempos conturbados, muitas vezes tudo parece perdido, mas é exactamente nestes momentos tempestuosos que o peregrino da vida, o viajante aparentemente perdido, que todos somos pelo menos uma vez na vida, deve encontrar o seu caminho, pois é quando as trevas parecem cegar-nos que a Luz brilha e se torna mais intensa. Por isso, busquemos no imo do nosso Ser a Verdade pura e imaculada que nos levará a Realizações maiores, pois aquilo que não nos mata torna-nos mais fortes – Nosce te ipsum (“conhece-te a ti mesmo”), já esta verdade suprema, oriunda de tempos imemoriais, pontificava como oráculo no Templo de Delfos, à espera de ser realizada, nesse Passado mas, também, neste Presente.
É a nós, espiritualistas sinceros e abnegados, que nos é confiada essa Verdade absoluta a qual devemos preservar e defender como um Tesouro de valor inestimável, e sendo assim a nossa responsabilidade aumenta, mas também a gratificação pelo Ideal almejado concretizado. Devemos, pois, de forma altruísta e fraterna distribuir com equidade e prudência essa Verdade que dá a Felicidade eterna a todos os que estejam também sequiosos dessa Luz, que não é só nossa mas de todos, pois Ela está presente em todos, em semente ou letárgio, à espera que a encontrem ou despertem, que a façam frutificar.
Pensamos que as bases para a concretização do Ideal que temos vindo a referir passam pela aquisição dum potencial energético que possibilite uma mudança profunda na consciência, de modo a alcançar um elevado nível de espiritualidade. Tal estado é obtido através do processo designado por Iniciação, que visa transformar a Vida Energia externa em Vida Consciência interna. Infelizmente nem todos a buscam com as melhores intenções, havendo desde simples curiosos que facilmente desistem, “porque dá muito trabalho” (!!!), a cépticos que duvidam de tudo e questionam todos, sendo que a Iniciação nada tem a ver com crenças mais ou menos impúberes e inconscientes, mas sim com a vivência consciente no Tudo no Todo. Há também os indiferentes que chegam próximo do Caminho da Verdadeira Iniciação exclusivamente graças à iniciativa de outros, quando tal tem de partir do próprio e não de outros, e há os fanáticos que se alimentam das suas motivações egoístas para se exaltarem perante os outros, provando assim quão afastados estão da Verdadeira Iniciação, que na realidade é demandada por muito poucos, e conquistada por raríssimos...
Para se chegar ao cume da Evolução respectiva e obter a respectiva Iniciação Verdadeira, é necessário antes de tudo despertar a Intuição (Budhi), a “Voz do Silêncio” ou o sexto sentido necessário ao entendimento e aprofundamento dos Mistérios Iniciáticos.
Segundo o Professor Henrique José de Souza, tal estado é alcançado através da Iniciação Teúrgica, também designada Tríplice Iniciação, assim chamada por fortalecer cada uma das três bases da Iniciação: Mente, Emoção e Vontade.
De uma forma mais explícita, podemos então designar uma das vertentes como Iniciação Indirecta, ligada à Mente, ou seja aquela que é obtida na própria vida, onde o homem recebe o sofrimento ou a felicidade geradas respectivamente pelos seus erros ou acertos nas suas acções. Sem dúvida que é a mais sofrida, sendo aquela a que a Humanidade no geral tem estado mais sujeita e por ela sujeitando-se, encadeando-se ao ciclo de causas e de efeitos, empenhos e penhoras que o ciclo similar das reencarnações vai liquidando, até atingir o padrão previsto como meta final do 4.º Reino Humano (Jiva – “Vida Energia”), ou seja, o designado esotericamente Supra-Humano ou “Angélico” (Jivatma – “Vida Consciência”).
Temos também a Iniciação Directa, mais ligada à parte Emocional, conseguida através de um Colégio Iniciático afim com a natureza e necessidades interiores de quem nele postula, onde cada discípulo lê e interpreta os ensinamentos segundo as suas capacidades. É igualmente denominada Iniciação Simbólica devido aos símbolos que são utilizados nos graus e ensinamentos ocultos, bem retratados nas práticas de yogas, rituais, mantrans e instrução oculta que gradualmente aumentam o grau de consciência e capacidades do discípulo.
Finalmente temos a Iniciação Real ou Verdadeira, ligada à Vontade, que ocorre quando o discípulo decifra os símbolos iniciáticos mergulhando no âmago profundo dos mesmos, através duma meditação constante, deparando-se com a Verdade. É assim a Chave que are o Portal da Verdade, representada por um Mestre Real que lhe conferirá a respectiva Iniciação Real, sempre em conformidade com a evolução verdadeira já alcançada pelo discípulo. Em última análise, é a transformação das tendências negativas (nidanas) em tendências positivas (skandhas), sendo de referir que nascemos sempre com as duas tendências. Muitas das nidanas poderão ser debeladas através do amor e ajuda ao próximo, conseguindo assim debelar muitos vícios, que estão sempre ligados ao egoísmo, sendo que o cultivo da fraternidade os extingue.
Devemos sempre buscar o equilíbrio perfeito entre a Mente e o Coração através da Vontade treinada constantemente, visando assim a Verdadeira Iniciação. Sendo que a Iniciação não visa despertar quaisquer faculdades psicomentais (sidhis), tais como adquirir capacidades de clarividência ou clariaudiência, e quando acaso tal acontece é tão-só consequência da evolução normal do discípulo, nunca «trofeus do Céu» só para si, o que, não raro como se vê hoje em dia, vai paralisar a personalidade ufana e vaidosa de si mesma, enganando-se e enganando, assim retardando sobremaneira a sua marcha avante... redundando na Iniciação fracassada. Nem tampouco são, jamais anormalidades forçadas contra-natura, menos que psicomentais, físico-anímicas, as quais redundarão no arredamento, às vezes durante muitas vidas, do Caminho da Verdadeira Iniciação e na perda trágica de todas as conquistas espirituais até então alcançadas... De maneira que tudo tem o seu momento certo para acontecer, e quando acontece terá que ser o mais naturalmente possível, sem qualquer desvairo psicomental e físico-anímico.
De maneira que é normal e natural que possam advir sintomas do despertar dessas faculdades psicomentais, sendo que deverão ser utilizadas SEMPRE E SÓ no aprimoramento iniciático dos discípulo, e sobretudo visar ajudar ANONIMAMENTE aos demais sem NUNCA esperar gratificações egoísticas.
O Discípulo autêntico, o Iniciado verdadeiro não se porta como um “feirante ou circense psíquico”, em seu íntimo vaidoso, escondido detrás de gestos e palavras mansas de fraternidade e caridade, julgando-se mais que os outros, superior a eles só por possuir estados alterados de consciência, não de Iluminação Espiritual mas.. de aberração psico-física. Por isso disse um Mestre a um seu Discípulo, este por acaso português e Aquele luso-brasileiro: «Mais valor tem uma meditação mal feita por um Munindra, que mil sessões psíquicas bem feitas por mil animistas». Na razão das sublimes palavras do Excelso Gotama Sakya Muni, o Budha, um Ser da Sexta Ronda (e nós ainda estamos na Quarta...): «Deixa os teus sidhis para a próxima vida», isto é, vai protelando-os de vida em vida, no que à Terra diz respeito, e só os uses para chegares aos pés do Mestre, ao Céu, à Verdadeira Iniciação... meta única da Vida de quem sendo Jiva por fora é já Jina por dentro, o que vai bem com as palavras de Krishna Mestre a Arjuna discípulo: «Arjuna, tu já és Ar-Jina, um JINA!», e o mesmo Gotama Budha dizia de Si: «Eu sou o maior dos JINAS!».
Todos devemos ter em conta que todo o Iniciado feito por si e não pelos outros, pois ninguém evolui por ninguém. A evolução é pessoal e de mais ninguém, valendo isto desde o maior deus ao menor homem, o esforço tem de ser próprio para haver a efectiva evolução verdadeira.
Outro factor importante é o sigilo absoluto tanto em relação aos Mistérios Secretos confiados quanto à real natureza do depositário, pois o verdadeiro Iniciado nunca diz que o é, pelas razões referidas anteriormente em relação às nidanas e skandhas, e porque determinados conhecimentos ocultos, por serem muito elevados, ainda não estão em consonância com o nível geral da Evolução Humana, pelo que chegando ao domínio público sem qualquer arbítrio só poderiam ser incompreendidos pela maioria e disformados por alguma minoria, indo assim causar danos gravíssimos à Marcha da Evolução avante aumentando o Karma da mesma Humanidade, numa contrariedade declarada ao Desígnio da Lei, “que os Mestres conhecem e servem”. Como exemplo, podemos referir os desastres ocorridos na Atlântida devido ao mau uso feito com esses conhecimentos ocultos, e, vez por outra, demasiadas vezes, inclusive na actual Raça-Mãe Ariana... Gólgota, Tibete, Revolução Francesa, Acidente de Lisboa... e com tanta tragédia, o Discípulo vendo a Realização protelada e a Vinda de Maitreya adiada. Tudo tem o seu momento para acontecer, e quando acontece será só “a Verdade desnuda dos véus da fantasia”, parafraseando o romancista.
Finalmente, “quando o discípulo está preparado o Mestre aparece”, em outras palavras, o Poder de Kundalini, o “Fogo do Espírito Santo” manifesta-se, dá-se o Pentecostes. Esta Força Electromagnética ou Energia Divina que vibra no Seio da Terra ligada ao Homem pelo seu Chakra Raiz, jaze adormecida no seu Corpo Vital ou Etérico, e quando desperta liberta-se indo percorrer num serpentino trajecto ascendente os restantes Chakras, paulatina mas Armipotente afectando directamente os restantes Corpos Emocional e Mental, principalmente o Físico por via do sistema glandular. De maneira que a consciência física é dilatada e transportada para outros pontos de percepção, para outros planos supra-sensíveis além dos sentidos físicos. Mas sendo que tais desenvolvimentos deverão ser progressivos através do auto-conhecimento, e auto-conhecimento em conformidade e respeito à Regra do Colégio Iniciático a que pertença, que assim lhe será a melhor defesa contra quaisquer imprevistos e anormalidades desastrosas, e não por formas ou práticas demasiado aceleradas cujo tipo já foi ultrapassado pela Marcha da Evolução (como essas dos “ritos tântricos de cariz sexual”, de tanto peso funesto para muitos, alguns tendo estado afiliados à nossa Obra Divina mas não a entendendo, logo quiserem ser mais que Ela e os seus Supremos Dirigentes e assim, num tombo trágico, caíram nas teias do Mal... morrendo de maneira misteriosa e misteriosamente perdendo a alma, a maior Riqueza do Ser), as quais só poderão trazer problemas bastante danosos para o discípulo. A firme determinação na busca da Verdade aproxima o discípulo do Mestre, e este acompanha-o sempre próximo ou à distância, dando-se o encontro em seu interior pela identificação ou Metástase ao seu Eu Superior, ao Mestre Interno, a Real Mónada Divina, cujo reflexo exterior é o Mestre Externo, igualmente Real patente no Plano Búdhico, o seu nível habitual de vibração... projectada tanto para mais acima quanto para mais abaixo. De maneira que, “quando o discípulo (a personalidade) está pronto (alinhada), o Mestre (a Individualidade) aparece (manifesta-se)”.
O Mestre e o Discípulo Amado
(Pintura de Yolanda Campello, “a pintora Jina do Brasil”, segundo JHS)
Iremos agora falar dos vários níveis da Iniciação.
Até atingir a 1.ª Etapa ou 1.ª Iniciação o homem deve estar séria e solenemente comprometido na senda as sua evolução espiritual, tendo que atravessar duas fases bem distintas mas bastante importantes, que são a de Aspirante e a de Discípulo.
A via do Aspirante é considerada uma fase preliminar antes de abordar realmente a via do Discipulado. Nesta fase existe um anelo interior no sentido da evolução espiritual, lêem-se algumas obras de filosofia oculta, ouve-se e fala-se dos ensinamentos ocultos e surge, porventura, a filiação nalgum grupo afim. No entanto os Mestres ainda observam de longe a evolução do candidato, podendo acontecer notar-se já no Aspirante um brilho e coloração especial na sua aura, por existir nele um desejo veemente, uma determinação inabalável, uma apetência insaciável para o estudo das coisas ocultas, e, acima de tudo, a vontade de servir desinteressadamente em prol da evolução da Humanidade.
Posteriormente, na via do Discípulo são compreendidas três fases, sendo: a Probatória, a de Aceitação e a de Filiação. No período Probacionista, o mais grave na vida do discípulo, por ser o das provas constantes físicas, morais e mentais a favor do esgotamento do seu karma numa vida o que levaria duas, três ou mais, ainda assim é quando o Mestre acha ser o momento oportuno para criar um vínculo magnético com o discípulo através da construção duma imagem vivente, “estátua viva” ou duplicado psicomental dos seus corpos emocional e mental, que é colocada no seu Ashram ou Retiro Privado. Deste modo pode o Mestre, através da sintonia com esse duplo, observar quais as alterações emocionais e mentais do discípulo e a sua evolução, sem ter necessidade de deslocar-se no tempo e espaço do discípulo.
Na fase de Aceitação é estabelecida uma comunhão comunicatória quase constante entre discípulo e Mestre, mesmo que o primeiro não tenha consciência disso no seu estado de vigília normal. Sendo assim uma questão de sintonia, neste caso específico o Mestre pode interromper a comunicação quando o discípulo não vibra em uníssono com Ele, sem que isso implique voltar a repetir tudo quanto realizou anteriormente (podendo esta situação acontecer, e acontece frequentemente, na fase de Probacionista, sendo destruída a sua imagem vivente no Duat e tendo ele de repetir tudo novamente, sempre que o Mestre considera o discípulo não ter a conduta mais correcta, adequada ou necessária para avançar no Caminho do Adeptado). O contacto é interrompido só momentaneamente – podendo levar dias, meses e até anos, às vezes de uma vida para outra, ou outras – até que o discípulo consiga estabelecer uma nova sintonização com o Mestre, tanto Interno quanto Externo, pois este é o reflexo espiritual daquele.
Quando a identificação se torna íntima e permanente, atinge-se a fase mais elevada do Discipulado: a da absoluta Filiação. Nesta fase já nem o Mestre pode interromper a comunicação, uma vez ela estabelecida, sendo aqui que se “solidificam” para todo o sempre, na Roda de Samsara ou das Reencarnações, as qualidades importantes e imprescindíveis: o domínio do pensamento e da emoção, o domínio da conduta pessoal, tolerância, paciência, equilíbrio, aplicação, confiança e Fé. Quando estas qualidades são conseguidas o discípulo torna-se um GOTHRABU, ou seja, o que “está apto para a Iniciação”.
Não raro ficamos perplexos ao assistir hoje em dia ao proliferar de organizações ou grupos os mais bizarros e exóticos auto-intitulados «esotéricos», albergando no seu seio indivíduos que se intitulam «iniciados» e até mesmo «mestres», conferindo, ainda por cima e da forma mais absurda, «iniciações reais». Sejam essas atitudes tomadas por ignorância ou por má-fé, o que é certo é que acabam por influenciar negativamente a evolução de muitas pessoas boas mas ingénuas e ignorantes, e também, certamente vítimas da credulidade, a de alguns Aspirantes e Discípulos bem-intencionados, que assim perdem muito e precioso tempo necessário à sua evolução espiritual, verdadeira.
Os Mestres referem constantemente que a Via do Discipulado, ocultamente conhecida como a Via da Santidade, da Renúncia e da Dor, é algo extremamente difícil, e para se atingir a 1.ª Iniciação muitas e muitas vidas devem ser consumadas até se alcançar esse objectivo. Na realidade ser Iniciado não é algo com que se possa brincar ao sabor das emoções do momento, nem recrear por mero orgulho ou vaidade intelectual, e todos aqueles que na realidade o SÃO sabem-no bem, na carne, no sangue e na alma, é uma conquista muito íntima, só sua e de mais ninguém, e por isso nunca dizem que SÃO!...
«O que diz que é, pode não ser... E o que não diz, pode ser...» – já dizia o Mestre JHS, e o repetia o insigne Instrutor da Obra, Paulo Machado Albernaz.
A passagem do Aspirantado ao Discipulado pode ser comparada à 1.ª Iniciação naquilo que simbolicamente designamos de Nascimento. Posteriormente seguir-se-ão a fase ou crise do Baptismo (2.ª Iniciação), a Transfiguração (3.ª Iniciação), a Crucificação (4.ª Iniciação) e, finalmente, a Ressurreição (5.ª Iniciação), na qual o discípulo torna-se um Mestre Perfeito, Adepto Independente ou Jivatma por na sua natureza intrínseca e de maneira integral ter transformado a Vida Energia em Vida Consciência. Ao atingir este galardão altamente iniciático, Supra-Humano, o Adepto Real tem diante de si sete caminhos de evolução futura a percorrer e pode optar por um deles, os quais são: o Caminho dos Homens, continuando a ajudá-los na sua evolução, o Caminho dos Anjos, o Caminho dos Arcanjos, o Caminho dos Arqueus, o Caminho do Logos Planetário, o Caminho do Logos Solar e o Caminho do Logos Central.
Posteriormente seguir-se-ão outras Iniciações: a 6.ª ou Choan, em que dirige um dos 7 Raios de Luz, como seu Princípio Búdhico; a 7.ª de Mahachoan como o Supremo Princípio Dirigente Átmico ou Espiritual, onde se encontram as três categoria de Manu – Bodhisattva – Mahachoan; a 8.ª de Budha, Anupadaka ou Monádica; a 9.ª de Kumara, Kume-Mara ou Caprino, “o que está no cume da Árvore Genealógica dos Deuses”, ou seja o Plano Adi ou Divino, onde se encontra Sanat Kumara, o Rei do Mundo ou deste 4.º Globo de Evolução, cada vez mais cedendo lugar ao 5.º Kumara em Projecção, Ardha-Narisha, por o 5.º Globo cada vez mais se fazer sentir; finalmente a 10.º de Dhyan-Choan, o Logos Planetário representado na 10.ª Séfira, Malkuth, o “Reino”, o “Mundo” mesmo em que Ele está encarnado, e tendo como intermediário entre si e o Logos Solar, no Plano Búdhico da Terra, projectado desde o Plano Anupadaka, o “Vigilante Silencioso” dos destinos deste mesmo 4. º Globo em evolução, ou seja, AKBEL, o verdadeiro Anupadaka-Deva como Luzeiro de Amor a que a Terra sofrida se volve.
Os discípulos ligados à Obra do Advento da Idade de Ouro, também designada Satya-Yuga, Novo Pramantha a Luzir ou, no caso particular de Portugal, de Quinto Império (das Almas Salvas... por seus próprios esforços ou méritos), estão sendo adestrados em condições físicas e psicológicas bem difíceis nos tempos conturbados que vivemos. Os Mestres dizem que para que a vibração do discípulo possa apresentar um nível de pureza e força máximos, ela deve ser estabilizada nas maiores adversidades possíveis de circunstâncias as mais diversas. Daí a necessidade de frequentes mudanças ou a variedade de caos em que essas vidas são vividas, mas tudo delineado de uma forma coerente o que irá possibilitar posteriormente a maior das libertações e realizações.
A Via do Discipulado é extremamente difícil, nos lados eriçada de espinhos e escolhos sendo necessária a surdez e a mudez às vozes do escárnio e da maldade partidas da floresta negra de Maya (ilusão dos sentidos) e de Avidya (ignorância das coisas divinas), mas ela é igualmente extremamente gratificante, dando a segurança e a estabilidade que não se encontram em lugar algum do mundo profano, cruel na sua cegueira. Os Mestres são inflexíveis ante o Caminho do Discípulo, mas também nutrem um grande amor por ele, porque também Eles já foram Aspirantes e Discípulos, tendo caído e levantado nessa senda tortuosa, mas sempre com o mesmo objectivo em mente e com uma fé inabalável no caminho que seguiam, pois como alguém disse: «A Fé move montanhas».
Com a obtenção dessa Vida Consciência, deverá então o Discípulo, pela palavra e o exemplo (o verbo criador em acção), transmitir aos menos adiantados, usando todos os meios possíveis ao dispor, as formas de obtenção desse estado de Beatitude, ajudando assim os demais a conseguir também tal desiderato. Assim todos elevarão o seu estado de consciência a um padrão superior possibilitando reconhecer e identificar aquilo que na Teurgia denominamos a Quinta Essência Divina, vazada no Santo Graal em consonância à Consciência do Cristo que, em última análise, é Ele mesmo.
Quando a Humanidade que hoje evolui através da dor e do rigor, já que não o quis através do amor e da temperança, alcançar o nível de consciência necessária ao reconhecimento do seu Cristo Interno, então as condições planetárias propícias à manifestação do Cristo Externo (Cúspide Coracional, mas também Mental, da Excelsa Fraternidade Branca, cujos Apóstolos ou Discípulos são os próprios Mestres Reais de Amor-Sabedoria) estarão obtidas. Daí a justificação para que a vinda do Novo Messias – do Kalki Avatara, Iman Madhi, Maitreya, Encoberto, ou seja, o Redentor da Humanidade nas várias filosofias religiosas – tenha sido constantemente adiada, falhando as datas previstas para tal advento. Só o Próprio saberá a data da Sua vinda, mas será sempre em consonância com a evolução da Humanidade. Logo, todos devemos ter consciência disso e perceber que o primeiro passo passa indubitavelmente por nós, pois o que se passa à nossa volta é sempre um reflexo do nosso interior, qual espelho em que nos vemos todos os dias.
Em concordância com o que temos vindo a dizer, deixemos que as palavras do Insigne Professor Henrique José de Souza falem por si, e nos deixem não só à nossa meditação mas também, e sobretudo, à acção, pois o tempo urge:
– O discípulo evolui por seus próprios méritos, e a si mesmo transformando, transforma o mundo.
BIBLIOGRAFIA
Monografias da Comunidade Teúrgica Portuguesa.
Henrique José de Souza, A Minha Mensagem ao Mundo Espiritualista. Vários números da revista “Dhâranâ”.
Vitor Manuel Adrião, A Ordem de Mariz, Portugal e o Futuro.

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