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segunda-feira, 26 de outubro de 2015



O primeiro empréstimo externo do Brasil foi obtido em 1824, no valor de 3,7 milhões de libras esterlinas e ficou conhecido como "empréstimo português", destinado a cobrir dívidas do período colonial e que na prática significava um pagamento a Portugal pelo reconhecimento da independência. Depois disso o Brasil, independente, passou a ter mais e mais dividas como em 1906, no valor de 12 milhões de libras, com o “Convênio de Taubaté”, um acordo feito com os governadores de MG, RJ e SP, que, a partir de empréstimos tomados no exterior, comprariam e estocariam o excedente da produção de café.
A continuidade do pagamento da dívida externa é muito questionada no Brasil por alguns grupos e estudiosos, alegando que os encargos governamentais com pagamentos de dívidas comprometem o orçamento das áreas sociais.
Em 21 de fevereiro de 2008 o Banco Central do Brasil informou que o Brasil possui recursos suficientes para quitar a sua dívida externa. Pois o país registrou reservas superiores à sua dívida externa do setor público e do setor privado. Foi a primeira vez na história do País que o Brasil deixou de ser devedor líquido. Com o aumento mais forte dos ativos externos do País, a posição credora do Brasil no exterior ficou em 6,983 bilhões de dólares em janeiro de 2008
Confira a seguir a linha do tempo do endividamento do país e de sua recente caminhada para conseguir se tornar credor da dívida externa, notícia divulgada pelo Banco Central (BC) neste início de 2008 .
1824: O Brasil, como nação, já nasceu com dívidas. O Imperador Pedro I pediu empréstimo externo para cobrir dívidas da colônia.
1829: Ainda na época do Império, houve a primeira renegociação da dívida externa brasileira, que foi chamado de empréstimo ruinoso, para pagar débitos vencidos.
1858: Da independência até o fim da Monarquia, o Brasil contraiu 17 empréstimos em bancos ingleses, para quitar débitos antigos.
1864-70: A Guerra do Paraguai trouxe mais dívidas para o país. De novo com a Inglaterra, que forneceu os navios e os empréstimos para bancar o conflito.
1898: O governo Campos Sales faz a primeira renegociação da dívida da República, reunindo num só crédito todos os empréstimos a vencer.
1931: A primeira moratória brasileira foi anunciada na capa do "New York Times".
1937: O Estado Novo de Getúlio Vargas suspendeu o pagamento dos serviços de todos os empréstimos por três anos.
1959: Juscelino Kubitschek rompeu com o Fundo Monetário Internacional (FMI), ficando fora do circuito financeiro mundial. O Fundo não aceitava os níveis da inflação brasileira.
1973 a 1980: O governo militar sustentou o milagre econômico tomando empréstimos abundantes. Com a crise do petróleo, a dívida externa disparou, para cobrir o rombo na balança comercial. O país importava 85% do petróleo que consumia.
1983: Com as reservas negativas, o governo informa aos credores que passará a pagar apenas os juros: não mais o principal de sua dívida externa.
1984 a 85: Durante esse período, o Brasil assinou vários acordos com o FMI, mas nunca cumpriu as metas fixadas nas cartas de intenção. O termo waiver (perdão) ficou conhecido no noticiário econômico. Nessa época, a fama do fundo entre os brasileiros piorou muito, diante das exigência do organismo para se renegociar a dívida, que arrochava a economia.
1987: O governo Sarney interrompe unilateralmente o pagamento dos juros da dívida, mantendo só o principal (US$ 2 bilhões).
1998: Com a âncora cambial e a abertura econômica, as importações elevam o déficit comercial. Somado ao déficit das contas públicas e à crise da Ásia, o Brasil recorre de novo ao FM
I, e assume o compromisso de ajuste externo, aumentando exportações.
2002: Foi a última vez que o país recorreu ao FMI. Com a cotação do dólar avançando fortemente, o Brasil foi obrigado a pedir uma ajuda de US$ 15,5 bilhões ao fundo, diante das baixas reservas do país. O ministro da Fazenda, Pedro Malan, que foi negociador da dívida em outros governos, foi o último ministro a ir ao FMI.
2005: O Brasil paga antecipadamente o empréstimo de US$ 15,5 bilhões, que venceria em 2006 e 2007. Com isso, o país economizou US$ 900 milhões de juros.
2006: O país resgata US$ 20 bilhões em títulos da dívida externa, inclusive, os bradies, papéis emitidos quando Brasil saiu da moratória em 1990.

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