Quem sou eu

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Maitréia

Cada vez mais ouvimos falar esse nome nos dias que correm. As mais diferentes correntes doutrinárias, espiritualistas ou não, já não passam mais por ele de maneira indiferente.
Para sermos precisos, estamos falando mais especificamente do lado ocidental da Terra, pois o Oriente, principalmente as tradições tibetanas e budistas do Norte da Índia, de há muito que já conhece o símbolo do Buda Branco do Ocidente, do Avatara do Cavalo Branco, do Décimo Avatara de Vishnu, d'Aquele, enfim, que representaria a síntese de todas as manifestações da Divindade na Terra. O próprio nome “Maitréia-Buddha” é um nome oriental.
Quem é, afinal, esse Ser, tão esperado, tão anunciado que, segundo dizem, inauguraria uma nova era de paz, compreensão e fraternidade para os homens, a tão falada “Era de Aquarius”?
Diz o excelso Bhagavad-Gitâ, através de um outro Grande Avatara, que foi Krishna: “Todas as vezes, ó filho de Bhârata! que Dharma (a Lei Justa) declina e Adharma (a Lei injusta) se levanta, Eu me manifesto para a salvação dos bons e destruição dos maus. Para restabelecimento da Lei, Eu nasço em cada Yuga (Idade)”.
Assim, estamos vivenciando um momento similar àquele em que Krishna se manifestou, para restaurar oReino de Deus na Terra, e Maitréia, portanto, vem a ser o Representante da Lei Justa e Perfeita que cumprirá, no presente ciclo, esta divina missão.
Se atentarmos para o significado do termo “Maitréia”, começaremos a tecer um “fio de Ariadne”, que talvez nos leve a um vislumbre da realidade. Literalmente, “Maitréia” significa “Senhor dos Três Mundos”. O que significa isso? Se remontarmos à história iniciática do Egito, constataremos que já houve um ser divino, um deus encarnado, que se utilizava deste mesmo significado em seu próprio nome: Hermés “o Trismegisto”, que quer dizer “o Três Vezes Grande”.
Embora os predicados sejam diferentes, a acepção é a mesma, ressaltando dois Seres, dois enviados da Divindade, que reinam sobre o número três, sobre três mundos, e que são senhores três vezes.
Pitágoras afirmava: “o número três reina em toda parte, e a Mônada é o seu princípio”. Com efeito, o número três pode ser encontrado em todas as coisas. Corpo, Alma e Espírito é a classificação básica do ser humano. No próprio corpo físico, vemos o ternário em cabeça, tronco e membros, e estes últimos, também são divididos em três partes. As trindades divinas ocupam, em todas as teogonias, o foco central donde tudo dimana: Brahmã, Shiva e Vishnu; Anú, Hea e Bel; Pai, Filho e Espírito Santo; os Três Logos Teosóficos etc.
Assim, ser Senhor dos Três Mundos significa ser Senhor do Universo, abrangendo todos os seus aspectos, e esse caráter de abrangência nos leva à idéia de síntese, à concepção de um princípio ou entidade que possua o caráter daquilo que é “uno” e, ao mesmo tempo, “trino”.
Tudo indica que estamos diante, portanto, de algo grande, sintético, abrangente, que expressa o Triângulo Indeformável da Divindade, que, ao mesmo tempo, fecha um ciclo, uma fase da vida universal, e inaugura outro, com características renovadas, baseado em novas premissas, novos referenciais. Esse é, essencialmente, o papel dos Avataras, que vêm ao mundo para renovar, restaurar antigos ensinamentos, já esquecidos pela humanidade, e revelar novos aspectos da
Realidade Universal, à semelhança de um professor que revisa os tópicos esquecidos e vai ensinando aos poucos, na medida do progresso de seus alunos, pontos mais avançados da matéria. Maitréia, como representante do Ternário Divino, é precisamente o oposto do ternário que representa “o contrário da Divindade”, o “inverso de Deus” (“Daemon est deus inversus”, segundo o axioma cabalístico), o triângulo caótico, mais conhecido como o Anti-Cristo. Como nos ensina o Prof. Henrique José de Souza, o Anti-Cristo “já veio nas pessoas de Hitler, Mussolini e Stalin”, que, como sabemos, foram derrotados em seus intentos destruidores. No eterno embate das forças cósmicas, construtivas e destrutivas, a Vitória coube ao Princípio do Progresso, da Evolução, representado por Maitréia!

Mas, a humanidade ignora nem sempre compreende os Avataras que vêm auxiliá-la a evoluir. Aferrada à materialidade e ao egoísmo, preferem ouvir a enganosa voz de seus desejos e paixões do que o Verbo Renovador do Mestres Espirituais! Tão longe vai esse desequilíbrio que chega ela ao ponto de massacrar, crucificar e imolar
Aqueles que são os seus salvadores. Ademais, na sua ignara e limitada visão, contrapõem-nos uns aos outros, como se não fossem Eles provindos de uma única e mesma Essência Divina, que toma nomes diferentes, conforme a época e o lugar.
Portanto, Cristo não é melhor do que Buda, que também não é melhor do que Maomé, e assim por diante. Todos estes grandes seres são manifestações do Deus Único. “A Verdade é uma só, embora os homens lhe dêem nomes diferentes”, diz o provérbio iniciático.
De igual modo, Maitréia expressará a mesma essência espiritual que animou os budas, os cristos e os maomés de outrora. Por isso, podemos falar, sem medo de errar, no retorno de cada um destes grandes seres, e muitos outros, através da figura de Maitréia.
Ensina-nos o digníssimo teósofo espanhol Mario Roso de Luna: “(...) quanto à Krishna, Budha, Jesus, Platão, etc., foram Seres Superiores que nos deram doutrinas eficazes para que nos redimíssemos com os nossos próprios esforços. Nenhum deles fundou a religião confessional que se lhes atribui. Logo, quem fundou todas elas foi o imperialismo psíquico de seus pretensos discípulos, que, escravos do inerte dogma que criavam, esqueceram não ser religião uma crença, mas a dupla ligação de fraternidade entre os homens, segundo a sua etimologia latina (de religo, “religare”, ou tornar a ligar, etc.)”
Maitréia é também chamado de “Kalki-Avatara”, ou o “Avatara do Cavalo Branco”. Este é outro símbolo que se encontra no inconsciente coletivo da humanidade, acabando por ser personificado, na tradição religiosa, pela figura do “Cavaleiro das Idades”, do “Santo Guerreiro”, ou São Jorge, que mata o dragão da maldade, da passionalidade e das coisas grosseiras. Este “Jorge”, por sua vez, não provém senão do nome “Akdorge”, das lendas transhimalaias, ser que, no simbolismo universal, se confunde com o de Maitréia. O símbolo do cavaleiro, montado num cavalo, representa o Quinto Princípio, o Mental, dominando a natureza passional, que é quádrupla (simbolizada pelos quatro animais da Esfinge), é a “Quintessência Divina”, ou aquilo que é mais puro, elevado, e aperfeiçoado, a transcendência do quaternário terreno, que também pode ser expresso pela figura da pirâmide, que tem base quadrangular, cujos vértices, em terceira dimensão, se unem acima em um ponto, que representa, justamente, a “quinta coisa”, o “quinto elemento”, sobre os quatro básicos.
Mas, o que é mais importante é a compreensão de que Maitréia, antes de representar um ser em carne e osso, simboliza um estado de consciência mais elevado a que os seres humanos podem alcançar. Isso significa que para que Ele seja recebido condignamente, isto é, RECONHECIDO como expressão desta elevada consciência, ao contrário do que aconteceu com Jesus, é necessário que desenvolvamos em cada um de nós, internamente, uma consciência espiritualizada, que, tanto quanto possível, se aproxime da consciência que o Grande Avatara de Maitréia representa. Descobrir Maitréia dentro de cada um de nós é a grande meta, para que possamos auxiliá-Lo em seu hercúleo trabalho de renovação da vida na Terra. E “Maitréia em nós” é o nosso Eu Interior, nosso Cristo Interno, nosso Eu Divino, que todos nós pressentimos, mas que, não sabemos, na maioria das vezes, como entrar em contato com ele e fazê-lo desabrochar.
Este é precisamente o papel das Escolas Iniciáticas, ou seja, o de proporcionar os meios adequados, através dos quais, as pessoas, pelos próprios esforços, possam ir retirando as camadas de imperfeições, defeitos que encobrem nossa Divindade Interna, à semelhança de uma estátua de um Deus que jaz oculta sobre as camadas de mármore bruto, até que um hábil artista, provido das técnicas adequadas, possa libertá-la de seu milenar casulo. Já dizia, há dois mil anos, o grande Iniciado Paulo (São Paulo): “Padeço de dores de parto até que seja formado o Cristo dentro de vós”... (Gálatas, IV, 19), como também “Todo ser bom pode falar ao Cristo em seu homem interno” (Éfesus, III, 16/17).
Portanto, os Avataras não devem ser encarados como “salvadores”, sem que nada façamos, por nosso esforço para sermos merecedores de tal dádiva. Ensina o conhecimento Iniciático que cada um é que se salva, segundo a qualidade de seus atos, sentimentos e pensamentos na direção da evolução. O Avatara apenas proporciona os meios e métodos para que essa evolução se realize. Tal proceder é diametralmente contrário ao conhecido “messianismo” dos que passivamente esperam “de cima” a graça que só pode se fazer presente através do esforço realizado “em baixo”.
Como afirma sabiamente o grande Roso de Luna: “O messianismo foi sempre o achaque dos débeis, que esperam de um enviado a redenção, que só lhes pode vir de si mesmos. Prometeu encadeado espera Epimeteu libertador, na Tragédia de Ésquilo. Os Hebreus esperam um rei. A Idade Média também esperou pelo Cristo, e o Cristo que veio foi a Renascença, onde arte e ciência se emanciparam do jugo religioso que as oprimia”.
A vinda do “Divino Esperado” está prevista para o início do século XXI, segundo as mais diversas fontes sobre o assunto, ou seja, é praticamente imediata. Assim, não há mais tempo a perder. Muitos afirmam que Maitréia já nasceu, outros que ainda nascerá... De qualquer maneira, este talvez deva ser o mais bem guardado dos segredos... que será revelado em tempo oportuno. Como seu nascimento e manifestação são previstos nas sacrossantas terras brasis, cabe a nós, brasileiros, papel preponderante neste grande evento.
A “sabedoria popular”, sempre alerta, afirma: “Deus é brasileiro”. Com efeito, observamos quão abençoadas são as terras brasileiras, no que se refere às catástrofes, naturais ou não, por que passam outros países. De igual modo, é preciso exaltar as qualidades especiais de nosso povo, que se caracteriza pela tolerância, pela camaradagem, pela amizade, pela compreensão, pela criatividade, e isso significa... Espiritualidade!
Fomos acostumados e erroneamente educados para ver a nós mesmos segundo a ótica dos povos estrangeiros, e traçarmos os parâmetros de comportamento e referenciais de civilização de acordo com modelos importados. É preciso quebrar, abandonar estes modelos e romper com estes grilhões, para avançar resolutamente em direção ao esplendoroso destino que nos aguarda, descobrindo nossa própria identidade, como seres pertencentes à Pátria do Avatara-Síntese.
Por tudo isso, cerremos fileiras em torno do Princípio que Maitréia representa, o
Princípio da Lei Divina, da tolerância, da compreensão, do Amor-Universal, da União entre todos os povos da Terra, sem distinção de condição social, raça ou religião, para que possamos redimir este nosso sofredor mundo de seus desequilíbrios atuais, e prepará-lo para uma Nova Era de Paz e Harmonia para a Humanidade!
fonte: http://www.vidhya-virtual.com/vidhya1/inicio.htm

Nenhum comentário: