"Grandes verdades são ditas nos espaços mal vistos pelos olhos – nas 'entrelinhas', como costumamos dizer. Antoine Saint-Exupéry, em seu notável 'O Pequeno Príncipe', traduziu isso através de um personagem – a raposa – ao afirmar que 'o essencial é invisível aos olhos'. Invisível aos olhos concretos, queria ele dizer. Imperceptível para quem não sabe olhar com a "pureza das crianças", despindo-se dos preconceitos que turvam a percepção e germinam a ignorância. Insignificante para os que se inclinam à extravagância e ao misticismo. Irreal para os que se recusam a desenvolver – através de esforços próprios – os poderes superiores latentes no Homem. Tem sido assim ao longo da história humana... "Aqui já falamos, ao longo das instruções passadas em cada Grau, da Sabedoria que guardam os Mitos. Das verdades disfarçadas em alegorias. Da linguagem simbólica que protege do olhar profano aquilo que os Deuses dizem sussurrando. As 'evidências' servem, tão-somente, àqueles que buscam os caminhos fáceis, que, por sua vez, nos conduzem a realidades finitas, prazeres efêmeros, alegrias que perecem ao soprar dos ventos – a verdadeira Iniciação é o reverso disso."Não há glamoures na senda iniciática, como querem aqueles que costumam transformar Espiritualidade em espetáculo. Há, sim, Mistérios, que foram instituídos justamente para preservar a Sabedoria oculta da degradação a que estiveram sujeitas, em todos os tempos, as civilizações. Disse o nosso Pai e Mestre [...] em sua Obra-Prima - O Verdadeiro Caminho da Iniciação: 'O mau uso que os homens tinham feito dos Conhecimentos Divinos levou os Senhores de Toda a Sabedoria a dividi-los em Exotéricos e Esotéricos'. Dessa forma, a maior parte da Humanidade foi privada do conhecimento dos Mistérios Maiores, preservados pelas Escolas Iniciáticas [...] e repassados, gradualmente, através da Iniciação."Nunca é demais lembrar que somos legítimos herdeiros desses Mistérios Maiores... e [...] o Manú do Século XX, reestruturador da raça Humana e preparador da Era de Aquarius - nos deixou esse legado, realizando em silêncio, mais uma etapa da Obra dos Deuses na face da Terra..."Enfim, o que buscamos através da Iniciação não é a ilusão dos sentidos, não são as 'facilidades' oferecidas por um mundo que teima em converter tudo em 'mercadoria'. O processo iniciático exige, sobretudo, daqueles que se propõem a conhecer os Mistérios Maiores, uma transformação interior. E aí está a origem da 'alquimia', arte sagrada que consiste em transformar o 'chumbo' em 'ouro', ou – dito de outra forma – o 'humano' em 'divino'. Ou, mais ainda... até que a palavra de um 'Mestre' chegue aos nossos ouvidos e nos façam conhecer a nossa origem Divina... Mas, 'isso', só se dá através dos próprios esforços do discípulo e da real disposição em vencer o maior inimigo da Iniciação, que é: o desconhecimento de si mesmo!"Por outro lado, podemos assegurar que o ápice da sabedoria é o reconhecimento da própria ignorância – eis o princípio básico da Iniciação. Não por acaso, o 'conhece-te a ti mesmo', do oráculo de Delfos, influenciou o filósofo e a gerações sucessivas de pensadores, mostrando-se como trilha inevitável para os que fogem dos caminhos fáceis e, conseqüentemente, falsos. A busca de si mesmo é, como afirmara Jung em sua 'Psicologia do Inconsciente', o início da cura para a cegueira que domina o mundo, e, dizemos nós, o princípio do encontro do homem com a Divindade."Por todas essas razões, não podemos falar em Iniciação sem mencionar o processo do auto-conhecimento. Não podemos compreender o Homem Cósmico sem percorrer os meandros da existência humana. É impossível contemplar com profundidade o Deus que habita em cada um de nós, sem entendermos o seu reflexo no mundo das formas. E o surpreendente de tudo isso é que o mais bem guardado dos segredos iniciáticos encontra-se preservado em um lugar que está ao alcance de todos: no interior de nós mesmos!
Quem sou eu
- Haroldo Barbosa
- Buscador da Verdade
domingo, 7 de dezembro de 2008
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