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domingo, 5 de outubro de 2008

O Trabalho do Cristo e Seus Ensinamentos



Durante os anos, muito tem sido transmitido de inumeráveis fontes, escolas de pensamento e igrejas, a respeito do Cristo, da situação que enfrenta e das possibilidades de seu reaparecimento. Discípulos, aspirantes e homens de boa vontade têm trabalhado intensamente, a fim de preparar o mundo para Seu retorno. Na atualidade, Oriente e Ocidente estão na expectativa. Ao encarar a questão do trabalho que Ele deve realizar, é essencial recordar que o Mestre do Oriente encarnou em Si mesmo a Sabedoria de Deus, da qual a inteligência humana (o terceiro aspecto da divindade) é uma expressão; que por intermédio de Cristo, o segundo aspecto divino foi revelado em toda sua perfeição; e que nele, portanto, dois aspectos, Luz e Amor, foram manifestados, em toda sua plenitude. Agora, deve ser personificado o aspecto divino mais elevado, a Vontade de Deus, e para isto o Cristo está se preparando. A continuidade da revelação não pode cessar e inútil é conjecturar sobre a possibilidade de outras expressões da natureza divina serem reveladas mais tarde.

A singularidade da iminente missão do Cristo, e Sua oportunidade, consiste em que Ele é capaz – em Si mesmo – de dar expressão a duas energias divinas: a energia do amor e a energia da vontade, o poder magnético do amor e a efetividade dinâmica da vontade divina. Nunca antes, em toda a longa história da humanidade, fora possível tal revelação.

Será muito difícil a cristandade aceitar o ensinamento do Cristo, embora o Oriente o assimilará com mais facilidade. Entretanto, para despertar a cristandade, necessário se torna assestar-lhe um forte golpe ou apresentar a verdade por meio do sofrimento, se quisermos que os povos cristãos reconheçam seu lugar dentro de uma ampla e divina revelação mundial e considerem o Cristo como Representante de todos os credos, concedendo-Lhe o lugar que por direito Lhe corresponde, como Instrutor mundial. Ele é o Instrutor Mundial e não um Instrutor cristão. Ele próprio disse que tinha outros rebanhos, para os quais Ele representava o mesmo que para o cristão ortodoxo. Provavelmente, em vez de chamá-Lo Cristo, O chamem por outro nome, mas O sigam tão fielmente como seus irmãos ocidentais.

Consideremos, por um momento, as errôneas interpretações que se têm feito do Evangelho. Seu simbolismo – um antigo relato levado a efeito no transcurso dos séculos, antes da vinda de Cristo à Palestina – foi tergiversado pelos teólogos, a ponto de que a prístima pureza dos primeiros ensinamentos, e a singular simplicidade de Cristo, desapareceram detrás de um emaranhado de erros e uma mistura de rituais, dinheiro e ambições humanas. Cristo é apresentado como tendo nascido de forma antinatural; como tendo ensinado e pregado durante três anos; crucificado e ressuscitado, abandonado a humanidade, para “sentar-se à direita de Deus”, em meio de uma pompa austera e inconcebível. De forma análoga, o cristão ortodoxo considera errônea todas as abordagens a Deus efetuadas por outros povos, em qualquer época e país, praticadas por aqueles que se supõem ateus e que necessitam da intervenção cristã. Fez-se todo o esforço possível para impor a cristandade ortodoxa àqueles que aceitam a inspiração e o ensinamento do Buda, ou outros que têm sido responsáveis de preservar a divina continuidade da revelação. A ênfase tem sido posta, como bem se sabe, no “sacrifício do sangue do Cristo” na cruz, e na salvação que depende do reconhecimento e da aceitação desse sacrifício. A unificação vicária tem sido substituída pela confiança que o mesmo Cristo nos encomendou que tivéssemos de nossa própria divindade; a igreja do Cristo se fez famosa e inútil (segundo demonstrou a Guerra Mundial), devido a seu estreito credo, sua errônea ênfase, sua pompa clerical, sua autoridade espúria, suas riquezas materiais e a apresentação do corpo morto de Cristo. A igreja aceitou Sua ressurreição, porém insiste, principalmente, no fato de Sua morte.

Cristo foi, durante dois mil anos, uma figura silenciosa, passiva, oculta detrás de inumeráveis palavras escritas por um sem-número de homens (comentaristas e predicadores). A igreja apresenta Cristo moribundo na cruz, e não o Cristo vivo, trabalhando ativamente, e que tem estado conosco em presença física (conforme a Sua promessa) durante vinte séculos.

Sem considerarmos as errôneas interpretações que se têm feito do Evangelho, e outras tergiversações teológicas, procuremos ter um quadro mais real da atividade e da vida de Cristo e, como conseqüência, de nossa futura esperança. Tratemos de ver a Pessoa divina sempre presente, traçando Seus planos para ajudar a humanidade, no futuro, determinando Seus recursos, influenciando Seus discípulos e preparando os detalhes de Seu reaparecimento. É necessário pensar no Cristo vivo e ativo, recordando sempre que o Evangelho é eternamente verídico, e que só deve ser reinterpretado à luz do lugar que lhe corresponde, na larga sucessão de revelações divinas. Sua missão na Terra, desde há dois mil anos, constitui parte dessa continuidade, não sendo um relato extraordinário sem relação com o passado, que só dá importância a um período de 33 anos, sem apresentar uma definida esperança para o futuro.

Qual é a esperança que oferecem hoje os teólogos e ortodoxos irreflexivos? Que em data remota, só conhecida pela insondável Vontade de Deus, o Pai, Cristo abandonará Seu lugar à direita de Deus e (seguido de Seus anjos e da Igreja invisível) descerá sobre as nuvens do Céu, ao som de uma trombeta, e aparecerá em Jerusalém. A batalha que estará travando nesse momento chegará a seu fim e Ele entrará na cidade de Jerusalém para governar durante mil anos. Durante esse milênio, Satanás ou princípio do mal, será aprisionado, e haverá um novo céu e uma nova terra. Fora disso nada mais dizem; a humanidade anela algo mais, pois o quadro apresentado não lhe satisfaz.

Detrás desta descrição, se for corretamente interpretada, se acha a humana, amorável e divina Presença do Cristo, encarnando o amor divino e manejando o poder divino, dirigindo Sua Igreja, e estabelecendo o Reino de Deus na Terra. Em que consiste a Igreja de Cristo? Está constituída pela soma total daqueles que possuem vida ou consciência crística, ou estão em processo de manifestá-la, e por todos os que amam seu semelhante – amar o semelhante é possuir essa faculdade divina que nos faz membros da comunidade de Cristo. A aceitação de um fato histórico ou credo teológico não nos põe em comunhão com Cristo. Cidadãos do Reino de Deus são aqueles que buscam, deliberadamente, a luz e intentam (por meio de uma disciplina auto-imposta) apresentar-se ante o Iniciador Único; este vasto grupo mundial (tenha corpo físico ou não) aceita o ensinamento de que “os filhos dos homens são uno”; sabem que a revelação divina é constante e sempre nova, e que o Plano divino está se desenvolvendo na Terra.

Na atualidade existem aqueles que sabem que o reino de Deus virá à existência por meio da colaboração, da inspiração e da instrução desses filhos dos homens que forjaram sua divindade no crisol do diário viver humano; estes Conhecedores trabalham hoje, ativamente, sob a influência direta do Cristo, a fim de conduzir a humanidade da obscuridade à luz e da morte à imortalidade.

Estas grandes verdades subjacentes, únicas verdades importantes, caracterizam Cristo, Buda e a Igreja de Deus, tal como se expressam no Oriente e no Ocidente. No futuro, os olhos da humanidade estarão postos sobre Cristo e não sobre instituições criadas pelos homens, como a igreja e seus dignatários; Cristo será visto tal como é na realidade, trabalhando por meio de Seus discípulos, dos Mestres de Sabedoria e de Seus seguidores (raras vezes reconhecidos), os quais labutam, anonimamente, por trás dos assuntos mundiais. Seu campo de atividade será o coração humano e os lugares populosos do mundo, e não nalgum templo de pedra, nem a pompa e cerimônia de uma sede eclesiástica.

O estudo do futuro trabalho que Cristo há de realizar, logicamente se fundamentará sobre três suposições:

1 – Que o reaparecimento do Cristo é inevitável e seguro.

2 – Que Ele está e tem estado trabalhando, ativamente, para o bem-estar da humanidade, por intermédio da Hierarquia espiritual de nosso planeta, da qual é o Mentor

3 – Que certos ensinamentos serão difundidos e certas energias liberadas por Ele, na rotina de Seu trabalho e retorno. Em geral, as pessoas esquecem que o Cristo necessita de um período de preparação intensa, antes de reaparecer. Ele também atua de acordo com a lei e está submetido ao controle exercido por distintas fontes, assim como o estão os seres humanos, porém em menor grau.

O reaparecimento do Cristo é determinado e condicionado pela reação da humanidade e deve sujeitar-se a essa reação. Sua tarefa, ademais, está sujeita a certas efemérides espirituais e cíclicas e a impressões provenientes de fontes que se encontram em níveis superiores aos que Ele normalmente atua. Assim como os assuntos humanos afetam Suas atividades, também O afetam as grandes “determinações” e “profundas decisões da Vontade de Deus”. O aspecto, ou natureza humana do Cristo, perfeita e sensível, responde à invocação e à demanda dos homens; o aspecto ou natureza divina responde, similarmente, aos impactos das energias provenientes do “Centro onde a Vontade de Deus é conhecida”. Tem que coordenar os dois aspectos, efetuando-o no momento exato. Não resulta fácil extrair o bem do mal humano. A visão do Cristo é tão ampla e Sua compreensão da Lei de Causa e Efeito, de Ação e Reação, é de tal magnitude, que não é muito simples decidir sobre a atividade e o momento oportunos. Os seres humanos tendem a considerar tudo o que sucede ou poderia suceder, do ponto de vista estritamente humano e imediato. Não compreendem, realmente, os problemas, decisões e implicações que Cristo hoje deve enfrentar, dos quais participam Seus discípulos. Sua tarefa consiste em desenvolver “a mente que está em Cristo”, e ao fazê-lo assim, ajudarão a desimpedir o caminho para “a chegada de Seus pés”, como diz a Bíblia. Observar a vida e os acontecimentos à luz dos valores espirituais, como o fez Ele, facilitará a promulgação dos novos ensinamentos e proverá a estrutura da nova religião mundial, dando-nos, assim, um novo ponto de vista da intenção divina e uma percepção viva das mentes dAqueles que cumprem a vontade divina e dirigem o futuro da humanidade. Portanto, teremos de compreender não somente a oportunidade que Cristo tem para ajudar-nos (como se diz comumente), senão também as crises e problemas que tem de enfrentar, ao deparar-se com o trabalho que deve realizar. (O Reaparecimento do Cristo) O Trabalho do Cristo e Seus EnsinamentosO Trabalho do Cristo Hoje e no Futuro

As Crises do Cristo

Na vida de todo discípulo, particularmente na daqueles que devem deparar com certas grandes expansões de consciência, sobrevirá uma crise. Nessas crises se adotam decisões, voluntária ou involuntariamente; havendo-as adotado, o discípulo se encontra, então, num período de tensão, premido pela decisão, e percebe e vê, mentalmente, com maior clareza, o passo que haverá de dar, influenciando sua atitude, em relação ao futuro. Quando o trabalho é realizado durante o período de tensão, então, sobrevém o que poderia denominar-se o ponto de emergência, o qual significa sair de um campo de experiência para entrar em outro.

Nem o próprio Cristo pode eximir-se desta tríplice experiência e, a fim de poder melhor compreender isto, apliquemos as três frases (inapropriadas, por certo) às ações e reações do Cristo.

As crises não existem para Ele no mesmo sentido que para nós: não há esforço em Seu ponto de tensão. Entretanto, a analogia é apropriada, como para incutir o que aconteceu nesse estado de consciência que caracteriza a Hierarquia espiritual; a cujo estado de consciência podemos aplicar o nome de “percepção espiritual”, em oposição à percepção mental, que constitui a contraparte humana. Há de se recordar que o ponto de crise que produz o ponto de tensão, a que o Cristo se submeteu voluntariamente, é uma questão ou acontecimento hierárquico, porque toda a Hierarquia está implicada na crise. A razão é simples: Cristo e Seus colaboradores conhecem, unicamente, a experiência da consciência grupal. Desconhecem a participação unilateral e a atitude separatista, porque Seu estado de consciência é includente e não excludente.

Portanto, utilizando a terminologia humana, a fim de interpretar as reações divinas de Cristo e Seus discípulos, há de se compreender que o ponto de crise, responsável pela tensão hierárquica e pela oportuna aparição ou surgimento de Cristo, foi por Ele superado e pertence ao passado. O seguinte ponto de tensão dirige, hoje, os assuntos da Hierarquia espiritual e seus numerosos grupos de colaboradores. O “ponto de decisão” como é denominado nos círculos hierárquicos, foi alcançado no período compreendido entre a Lua cheia de junho de 1936 e a Lua cheia de junho de 1945. O ponto de decisão abarcou, portanto, nove anos – um lapso relativamente breve – e teve como resultado que Cristo decidisse reaparecer, visivelmente, na Terra tão logo quanto fosse possível, muito antes do que fora planejado.

Esta decisão, logicamente, foi adotada consultando previamente o Senhor do Mundo, o “Ancião dos Dias”, mencionado nO Antigo Testamento e “Aquele em Quem vivemos, nos movemos e temos nosso ser”, mencionado nO Novo Testamento, guardião da vontade de Deus, e com o pleno conhecimento dos Mestres e dos iniciados avançados. Isto foi inevitável porque Sua participação e ajuda eram imperativos. Também era necessário que colaborassem mentalmente com Ele e O acompanhassem, porque Seu reaparecimento significa uma grande abordagem hierárquica à humanidade e um grande acontecimento espiritual.

Todavia, a decisão foi tomada por Cristo e não indicou, apenas, um ponto de crise em Sua experiência, senão também um ponto culminante em Sua expressão divina. Com toda reverência, dentro dos limites da compreensão humana, deve-se lembrar que nada existe de estático em todo o processo evolutivo do nosso planeta e do cosmo; só existem processo e progresso, avanço, acrescentada aquisição e elevada realização. Cristo mesmo está sujeito a esta grande lei universal. Novamente, com toda reverência, dizemos aqui que Ele, também, tem progredido em Sua experiência divina e se acha mais próximo que nunca (se assim se pode dizer) do Pai e da Vida Universal Una. Sua compreensão e captação da Vontade de Deus é mais profunda, e o cumprimento dessa Vontade está mais de acordo com o Propósito divino, que quando esteve na Palestina, há dois mil anos. Logicamente, por parte do Cristo, houve uma crescente percepção, relativamente à intenção da Mente divina, tal como se acha personificada nessa Entidade a que denominamos Deus.

Cristo não precisa mais, em tortura dizer, “Pai, não minha vontade, senão a Tua seja feita”; hoje não tem vontade própria; só O anima a Vontade de Seu Pai e a capacidade de tomar decisões que constituem a plena expressão dessa Vontade divina. Resulta difícil descrever Sua obra com outras palavras. Os comentaristas tratam de explicar e justificar a experiência do Cristo no Getsêmani atribuindo-a à natureza humana do Cristo, o que parece ser uma debilidade e, conseqüentemente, à inibição temporária de Sua natureza divina. Viram-se obrigados a adotar esta posição devido ao pronunciamento teológico imperante sobre a divina perfeição do Cristo, uma perfeição absoluta, soberana e ultérrima, que jamais reclamou para Si. Hoje se acha mais próximo que nunca da perfeição. Este desenvolvimento divino fez-se possível, nos anos de decisão anteriores a junho de 1945, uma correta escolha, não só para Ele senão para a Hierarquia espiritual.

De acordo com a Vontade divina, devia reaparecer, fisicamente, na Terra, para presidir a materialização do Reino de Deus na Terra e restabelecer os Mistérios da Iniciação, de tal forma que servissem de base para a nova religião mundial. Por sobre todas as coisas devia revelar a natureza da Vontade de Deus. Dita vontade se considera amiúde como o poder pelo qual se fazem as coisas, se produzem as situações, se iniciam atividades e se realizam os planos, que, regra geral, se executam despiedadamente. Esta definição é a que mais facilmente formulam os homens, porque a julgam em termos de sua própria vontade, a vontade de melhorar individualmente. Este tipo de vontade é egoísta e mal entendida a princípio, porém tende, finalmente, ao altruísmo, à medida que a evolução cumpre sua benéfica tarefa. Logo a vontade é interpretada em termos de plano hierárquico, e o esforço do indivíduo se inclina a negar sua própria vontade, tratando de fundi-la com a do grupo, sendo o grupo mesmo um aspecto do esforço hierárquico. Este é um grande passo dado na correta orientação, que conduzirá, finalmente, a uma mudança de consciência.

A maioria dos aspirantes se encontra, hoje, nesta etapa, não obstante a vontade ser, na realidade, algo muito diferente do que manifesta a consciência humana, quando os homens tratam de interpretar a Vontade divina em termos de seu atual grau de evolução. A chave para compreender isto se encontra nas palavras “eliminar toda forma”. Quando se vence o atrativo que exerce a substância e desaparece o desejo, então predomina o poder de atração da alma, e a ênfase (posta durante tanto tempo sobre a forma, a atividade e a vida individuais) é substituída pela forma e propósito grupais. Logo, o poder de atração exercido pela Hierarquia e os discípulos dos Mestres é substituído pela atração e interesse postos sobre as coisas superiores. Quando estas assumirem o lugar que lhes corresponde na consciência, então se fará sentir a atração dinâmica do aspecto Vontade da divindade, que não tem relação alguma com a forma ou formas, com o grupo ou grupos.

À luz da Vontade de Deus, Cristo tomou certas decisões fundamentais e se propôs levá-las a cabo num futuro relativamente imediato, sendo a data exata de Sua vinda só conhecida por Ele e por alguns de Seus mais antigos colaboradores; não obstante tais acontecimentos futuros se ocultarem detrás de certa decisão fundamental da própria humanidade. Esta decisão está sendo realizada devido a certas tendências no pensar humano, e como resultado de uma subjetiva reação humana à decisão adotada por Cristo e pela Hierarquia espiritual, a Igreja invisível.

Já se tem dito e aceito a motivação do seu reaparecimento, sendo percebida por Ele com toda clareza. Deve terminar o trabalho iniciado há dois mil anos e inaugurar a nova religião mundial; não se pode ignorar as necessidades de uma humanidade que implora e invoca; devem-se dar os passos que precedem a uma magna iniciação hierárquica em que o Cristo é o participante principal; os acontecimentos sintomáticos do “momento final” não podem ser postergados.

Se é possível falar em termos reverentes e simbólicos, a recompensa deferida ao Cristo ao anunciar Sua decisão, como final e irrevogável, foi o consentimento, ou melhor, o direito – que nunca havia sido outorgado – de utilizar certa grande Invocação, procedendo de duas maneiras:

1 – Como Invocação hierárquica, dirigida ao “centro onde a Vontade de Deus é conhecida”.

2 – Como prece mundial, expressa em palavras que toda a humanidade possa utilizar inteligentemente.

Jamais se concedeu, nem mesmo superficialmente, o direito de empregar certas Palavras de Poder ou “Estrofes Orientadoras”. A autorização do Senhor do Mundo, o Ancião dos Dias, foi outorgada devido à decisão do Cristo de aparecer, novamente, entre os homens, trazendo Consigo Seus discípulos.

Depois do momento culminante de crise espiritual e sua conseqüente decisão, foi alcançado um ponto de tensão, e é neste estado de tensão espiritual que a Igreja Invisível está trabalhando e planejando, levando os discípulos do Cristo, ativos na Terra, a uma condição similar de tensão espiritual. O êxito do reaparecimento do Cristo, em presença física, assim como de outros fatores (vinculados ao Seu reaparecimento) depende dos eventos e contatos que acontecem agora, durante o período de tensão. Em todo ponto de tensão – não importa que tempo possa durar – está sendo gerada energia, armazenada para uso futuro, e enfocada de tal maneira ou condição que sua força pode ser dirigida para onde e quando for necessário. Este é um enunciado difícil de entender. As energias que serão distintivo único do Reino de Deus estão hoje se acelerando e ganhando direção pela interferência dos Mestres de Sabedoria, em colaboração com a vontade do Cristo.

Enquanto essa energia foi se acumulando ou aumentando sua potência, desde a Lua Cheia de junho de 1945, três acontecimentos de grande importância tiveram lugar na vida do Cristo (portanto, da Hierarquia), e seus efeitos estão em vias de se definirem. Só posso referir-me a eles brevemente, pois não é possível comprovar a realidade do que aqui se expõe; unicamente a possibilidade, a probabilidade e a Lei de Analogia indicarão a veracidade destes acontecimentos. Seus efeitos serão observados, especialmente, depois que hajam sucedidos. Estes três acontecimentos podem ser descritos da maneira seguinte:

1 – O Espírito de Paz desceu sobre o Cristo. O Novo Testamento atesta um acontecimento semelhante, quando se refere ao Batismo: “e viu o Espírito de Deus que desceu como uma pomba e vinha sobre ele” (Mateus 3,16). Este Espírito é um Ser que possui um imenso poder cósmico e está influenciando hoje o Cristo, similarmente como fez o Cristo (há dois mil anos) com o Mestre Jesus. O Espírito de Paz não significa uma calma emocional e estática que põe fim à agitação mundial e estabelece uma era de paz. Ele é, num sentido misterioso, o Espírito de Equilíbrio; Ele trabalha com a Lei de Ação e Reação e Sua atividade será inevitavelmente reconhecida. Sua obra se manifestará de duas maneiras: plenamente, quando o Cristo reaparecer entre os homens e, lenta e gradualmente, até que:

a. O caos, a desordem, as perturbações emocionais e o desequilíbrio mental que existem, atualmente, no mundo, adquirirem equilíbrio de acordo com esta Lei, mediante um equivalente ciclo de calma, quietude emocional e equilíbrio mental, emancipando a humanidade para entrar numa nova etapa e experiência de liberdade. A paz assim obtida será proporcional ao mal-estar experimentado.

b. O ódio, que tanto predomina hoje no mundo, será equilibrado pela boa vontade, expressa por meio da vida do Espírito de Paz, que atua através do Cristo, a personificação do Amor de Deus. A aparição dessa boa vontade está garantida pela expressão desmedida do ódio, que foi crescendo com lentidão nas mentes dos homens, desde os começos do Século XIX e está alcançando a máxima intensidade nestes momentos. Uma medida proporcional da energia amorosa se manifestará mais tarde, como resultado da atividade do Espírito de Paz, atuando através do Príncipe da Paz, como às vezes o Cristo é chamado (Isaias 9,6).

Este Ser espiritual não descerá do alto lugar de onde atua e dirige Sua energia, senão que será o Cristo Quem atuará e servirá de canal para a potência dirigida deste Ser. A afluência de Sua divina energia (energia que provém de fora do planeta) está destinada a trazer, oportunamente, paz à Terra por meio da boa vontade, a qual estabelecerá corretas relações humanas. A humanidade registrou (por certo, inconscientemente) o primeiro impacto desta energia em maio de 1936 e também em junho de 1945.

2 – A força evolutiva que damos o nome de “consciência crística” (termo muito empregado por todos os metafísicos do mundo) focalizou-se na Pessoa do Cristo de forma até agora desconhecida. Esse poder latente em todo coração humano foi descrito por São Paulo como “Cristo em vós, a esperança de glória” (Col. 1,27) é aquilo que sob a lei evolutiva, conduz, finalmente, o homem ao Reino de Deus e “à medida da estatura da plenitude de Cristo” (Ef. 4,13). Ele foi sempre o símbolo deste poder e glória. No presente período de tensão hierárquica, e como resultado de Sua decisão de reaparecer, o Cristo se transformou na Personificação desta energia, entrando, assim, numa relação mais íntima com a humanidade. Outros importantes Filhos de Deus são canais desta energia para os reinos subumanos, porém o Cristo ocupa um lugar excepcional em relação com a humanidade. Expressando esta idéia simbolicamente, esta energia cria uma ponte vivente entre o reino humano e o Reino de Deus, entre o quarto reino da natureza e o quinto. Cristo é o custódio esta energia, porém só temporariamente, durante o período da atual crise humana. Portanto, devido a isso, pode estimular o fator resposta existente nos corações dos homens, permitindo-lhes reconhecer e saber quem é e que é Ele, quando reaparecer. Esta canalização de energia começou ao finalizar a guerra mundial e ainda continua; é responsável pela tendência a melhorar que já se percebe em toda parte; pelo crescente princípio de participação, e pela inegável bondade do coração dos homens e do seu pensar atualmente – a sanidade das massas (quando informada) é muito maior que a de seus líderes.

3 – Como bem se sabe, a história da humanidade tem sido, essencialmente, a história dos grandes Mensageiros espirituais, os Quais – de tempos em tempos, nos momentos de crise humana – surgem do lugar secreto do Altíssimo para ajudar, inspirar, revelar, conduzir e orientar. É a história da apresentação das idéias trazidas à consideração da humanidade e gradualmente convertidas em civilizações e culturas. É tal a urgência da necessidade humana nestes momentos e tão oportuna a ocasião, que um desses Filhos de Deus – durante este ciclo de tensão – trata de colaborar com o Cristo. Como resultado da decisão do Cristo e de Sua “fusão espiritual” com a Vontade de Deus, o Avatar de Síntese converteu-se, temporariamente, em Seu íntimo colaborador. Este é um acontecimento de importância suprema e planetária. Sua relação e plano de ajuda datam do pronunciamento da Grande Invocação, e de seu uso pelos homens no mundo inteiro. Devido à estupenda tarefa que o Cristo está enfrentando, o Avatar de Síntese O fortalecerá, e Ele será apoiado por este “Silencioso Avatar” Que (falando simbolicamente) “manterá Seu olho sobre Ele, Sua mão sob Ele e Seu coração em harmonia com o Dele”.

Este Ser está estreitamente relacionado com o aspecto Vontade da divindade e Sua colaboração foi possível devido à própria realização do Cristo no aspecto mais elevado da vontade espiritual. Ele atua de acordo com a grande Lei de Síntese, produzindo unidade, unificação e fusão. Sua função (em harmonia com a energia do Cristo) consiste em gerar vontade espiritual na humanidade, a vontade para o bem; Seu poder atua em três campos de atividade nestes momentos:

a) Na Hierarquia espiritual, revelando a natureza divina da vontade para o bem, que deve expressar o Reino de Deus e também a natureza do Propósito divino.

b) Na Assembléia das Nações Unidas, porém não no Conselho de Segurança; gerando ali uma lenta, mas, crescente vontade para a unidade.

c) Nas massas de homens de todo o mundo, estimulando um impulso para conseguir um melhoramento geral.

Sua atividade constitui, forçosamente, a atividade das massas, porque Ele só pode canalizar Suas energias por intermédio da consciência das massas ou por meio de uma entidade que possua consciência do grupo, tal como a Hierarquia, as Nações Unidas ou a Humanidade. O ponto central de Seu esforço e o Agente por meio do qual se pode efetuar a distribuição de Sua energia é o Novo Grupo de Servidores do Mundo; este Grupo está relacionado de forma excepcional com este Avatar de Síntese. O objetivo principal do Novo Grupo de Servidores do Mundo é, e tem sido sempre, reunir todos os agentes de boa vontade, que respondem à energia da divina vontade para o bem. Seu trabalho pode ser intensificado, construtiva e criadoramente, mediante a associação do Avatar de Síntese e do Cristo. Sua tarefa consiste em introduzir solenemente a Nova Era, na qual começarão a funcionar, como um todo criador, os cinco reinos da natureza. Seu trabalho pode ser classificado por setores, funções ou atividades:

a) A produção de uma síntese humana ou unidade, que conduzirá a um reconhecimento universal da humanidade una como resultado de corretas relações humanas.

b) O estabelecimento de corretas relações com os reinos subumanos, conduzindo ao reconhecimento universal que só existe Um Mundo.

c) Ancorar o Reino de Deus, a Hierarquia espiritual de nosso planeta, abertamente sobre a Terra, o que conduzirá ao reconhecimento universal de que os filhos dos homens são uno.

Estes objetivos serão apoiados e ajudados pelo Avatar de Síntese, Que com este propósito se uniu ao Cristo, trabalhando por intermédio da Hierarquia sob instrução do “centro onde a Vontade de Deus é conhecida”. Estes três relacionados acontecimentos e pontos de distribuição de energia entraram todos em atividade durante o auge de tensão no qual estão envolvidos agora o Cristo e a Hierarquia. Todos eles servem para redirecionar e enfocar a energia em relação à humanidade, pois são o resultado da decisão tomada pelo Cristo depois de Seu auge de crise, e estão relacionados com a preparação hierárquica para o reaparecimento do Cristo. (O Reaparecimento do Cristo)

O Trabalho do Cristo e Seus EnsinamentosO Trabalho do Cristo Hoje e no Futuro

Cristo Como O Precursor da Era de Aquário

Existe a tendência a passar por alto o fato de que, apesar de haver reconhecido Sua função como Instrutor e Guia espiritual da humanidade, durante a era que está rapidamente chegando a seu fim, o Cristo também reconheceu o trabalho que deveria realizar, quando finalizasse esta era, e o novo ciclo astronômico viesse à existência.

O cristão comum ignora as épocas e ciclos pelos quais nosso planeta passa, influenciado pela progressão solar. A atual duvidosa ciência da astrologia desviou o legítimo interesse da humanidade pelos estudos astronômicos e a interpretação espiritual da passagem do sol através dos signos do zodíaco. Entretanto, O Novo Testamento revela com toda clareza este reconhecimento, matizando a apresentação de todo o Evangelho, também o expressando O Antigo Testamento. O pecado dos filhos de Israel no deserto, não foi mais que uma reversão da antiga adoração mitraica que caracterizava a época em que o sol estava “no signo de Touro”, o touro, como é denominado tecnicamente. Prostraram-se diante do bezerro de ouro e o adoraram, esquecendo o novo ensinamento da Era de Áries, o carneiro, na qual estavam entrando, o ensinamento da vítima propiciatória, que matiza a história judia.

Esqueceu-se do fato de que o Cristo foi o Instrutor do novo período em que o sol estava entrando, o período de Piscis, porém Ele está claramente evidenciado no símbolo dos peixes que aparecem constantemente nos quatro Evangelhos. O peixe é o símbolo astrológico do signo de Piscis, e o foi desde épocas imemoriais. Cristo também previu o trabalho que devia realizar na Era de Aquário (o signo seguinte em que entraria o sol). Antes do Seu “desaparecimento”, referiu-se ao símbolo da Era de Aquário e à tarefa que deveria levar a efeito. Com Seus doze discípulos interpretou um dramático episódio, síntese do trabalho que empreenderia mais tarde, quando houvessem transcorrido os dois mil anos da Era de Piscis. Disse Ele a Seus discípulos que entrassem na cidade, onde encontrariam um homem levando um cântaro de água e que o seguissem até o aposento superior e preparassem ali a festa da Comunhão, que Ele e eles compartilhariam (Lucas 22,10). Assim fizeram eles e teve lugar a Última Ceia. O antigo símbolo correspondente ao signo de Aquário (em que está entrando agora o nosso Sol) é o Portador de água, um homem com um cântaro de água. A passagem do Sol pelo signo de Aquário é um fato astronômico que pode ser comprovado em qualquer observatório – não um prognóstico astrológico. A grande realização espiritual e acontecimento evolutivo de tal era será a comunhão e o estabelecimento das relações humanas entre todos os povos, permitindo aos homens de todo o mundo reunirem-se ante a Presença de Cristo e compartilharem o pão e o vinho (símbolos do alimento). Os preparativos para esta festa (falando simbolicamente) estão em vias de execução, e são realizados pelos próprios homens, à medida que lutam, se esforçam e legislam para a manutenção de suas nações e o problema da manutenção ocupa a atenção dos legisladores de todo o mundo. Esta participação, iniciada no plano físico, também se aplicará nas relações humanas, constituindo a grande dádiva da Era de Aquário para a humanidade. A Igreja ignorou isto e os eclesiásticos não podem explicar o fato de que os judeus manifestaram sua predileção pelo touro, adorando o bezerro de ouro; que a dispensação judia empregara o símbolo da vítima propiciatória na era de Áries, o carneiro, e que os cristãos fizeram finca-pé sobre os peixes na era de Piscis, a era cristã.

Cristo veio para pôr fim à dispensação judia, que devia haver culminado e desaparecido como religião quando o sol passou de Áries a Piscis. Apresentou-se ante eles como seu Messias, nascendo na raça judia. Simbólica e praticamente, no signo de Áries, a Vítima propiciatória; deve passar – falando simbolicamente – ao signo de Piscis, os peixes, e reconhecer seu Messias, quando Ele vier novamente no signo de Aquário. Do contrário, voltarão a cometer seu antigo pecado, por não responder ao processo evolutivo. No deserto, os judeus repeliram aquilo que era novo e espiritual; fizeram o mesmo na Palestina, há dois mil anos. Voltarão a fazê-lo se lhes apresentar a oportunidade? A dificuldade está em que os judeus estão satisfeitos com uma religião que remonta a cinco mil anos, e têm muito pouco interessem em mudá-la.

Cristo previu a chegada da Era de Aquário e o expressou graficamente, fazendo perdurar, através dos séculos, um fato profético que só agora, em nossa época, é possível interpretar. Astronomicamente, não estamos plenamente influenciados por Aquário; estamos, presentemente, saindo da influência de Piscis, e ainda não temos sentido todo o impacto das energias que Aquário liberará. Entretanto, cada ano nos aproximamos mais do centro de poder, cujo efeito principal será induzir que se reconheçam a unidade essencial do homem, os processos de participação e colaboração e o nascimento da nova religião mundial, que terá como nota chave a universalidade e a iniciação. Se a palavra “iniciação” significa o processo de “entrar em”, então é verdade que a humanidade está passando por uma verdadeira iniciação, ao entrar na nova era de Aquário; então estará submetida a essas energias e forças que derrubarão as barreiras da separação e fundirão e mesclarão a consciência de todos os homens, a fim de formar essa unidade que caracteriza a consciência crística.

Em junho de 1945, no momento da Lua Cheia (dia significativo na experiência espiritual de Cristo), Ele se encarregou, definida e conscientemente, de Seus deveres e responsabilidades como Instrutor e Guia, durante o ciclo solar de Aquário. É o primeiro dos grandes Instrutores do mundo que abarca dois ciclos zodiacais – o de Piscis e o de Aquário. Isto é muito fácil de dizer e escrever, porém implica três métodos ou técnicas que devem ser empregados para Sua aparição, aos quais já me referi. A vitalidade e o amor espirituais que irradia (aumentados pelas energias do Espírito de Paz, o Avatar de Síntese e o Buda), foram reenfocados, canalizados numa grande corrente e expressados (se posso formulá-lo de forma tão inadequada) nas palavras da Invocação: “Flua amor aos corações dos homens... Que a Luz, o Amor e o Poder restabeleçam o Plano na Terra.”

Estas três palavras, luz, amor e poder, descrevem as energias de Seus três Associados (o grande Triângulo de Força que, com seu poder, O apóiam);

- a energia de Buda: Luz, a luz sempre vem do Leste;- a energia do Espírito de Paz: Amor que estabelece corretas relações humanas;- a energia do Avatar de Síntese: Poder, complementando a luz e o amor.

Cristo ocupou Seu lugar no centro deste Triângulo; desse ponto começou Seu trabalho aquariano e continuará fazendo durante dois mil e quinhentos anos. Assim inaugurou a nova era, e nos planos espirituais internos a nova religião mundial começou a tomar forma. A palavra “religião” concerne às relações começando, assim, a era de corretas relações humanas e corretas relações com o Reino de Deus. Esta é uma afirmação fácil de fazer, porém suas implicações são enormes e de grande alcance.

Nessa oportunidade, Cristo assumiu duas novas funções: uma está vinculada ao segundo método de aparição física e a outra ao método que empregará para exercer Sua influência. Constantemente, a Luz, o Amor e o Poder se derramam sobre as massas, estimulando o crescimento da consciência crística. Mediante Sua presença física, converter-se-á no “Dispensador da Água da Vida”; pela influência que exerce, agora, sobre os que são sensíveis à Sua impressão e à Sua enfocada Mente, converter-se-á no que se conhece tecnicamente como o “Sustentador dos pequenos”.

Como Dispensador da Água da Vida e Sustentador dos pequenos, assume os Seus deveres na era aquariana, enquanto que como centro do Triângulo mencionado acima, influi, ilumina e produz corretas relações entre as multidões. Na era vindoura, Ele será, então, reconhecido como:

1 – O Ponto dentro do triângulo.2 – O Dispensador da Água da Vida.3 – O Sustentador dos pequenos.

Isto descreve Seus três deveres para com a humanidade, e também o trabalho que caracterizará Seu serviço mundial, durante a era aquariana.

Consideremos estes aspectos de Sua obra e tratemos de compreender o significado da responsabilidade que Ele assumiu. É necessária certa compreensão para que o Novo Grupo de Servidores do Mundo e os discípulos ativos no mundo preparem, adequadamente, a humanidade para Seu reaparecimento. Muito se pode fazer se os homens se esmeram em compreender e desenvolver a conseqüente e necessária atividade.

Primeiro, como Ponto dentro do Triângulo, Cristo Se transforma naquele que desperta os corações dos homens, e naquele que institui corretas relações humanas sendo simplesmente o que Ele é e permanecendo firme onde está. Ele efetua isto transmitindo à humanidade as energias dos três pontos do envolvente Triângulo. Esta energia conjunta e impessoal, tríplice em natureza, será dispersada irradiando universalmente, produzindo progresso evolutivo, atraindo magneticamente povos e nações uns aos outros e causando automaticamente o desenvolvimento do sentido da síntese, da provável unidade e da desejável fusão. Assim como na Era Pisceana foi desenvolvida na humanidade uma resposta da massa ao conhecimento e ao princípio inteligência, assim também na Era Aquariana, a resposta de massa às corretas relações será igualmente evocada, e a boa vontade (como sua expressão) será a característica da consciência da massa. Talvez seja difícil compreender e apreciar esta possibilidade, mas foi igualmente difícil para a massa dos homens nos primeiros séculos da Era Cristã ou Pisceana compreender o futuro progresso dos sistemas educacionais do mundo e a difusão desse conhecimento que é característica da nossa presente civilização e cultura. A realização do passado é sempre a garantia da possibilidade do futuro.

Como Dispensador da Água da Vida, Sua tarefa é sumamente misteriosa e difícil de compreender. Há dois mil anos, disse publicamente: “Eu vim para que tenham vida e para que a tenham em abundância” (João 10,10). O aspecto Vida, do ponto de vista do Cristo, se expressa de três formas:

1 – Como vida física, nutre as células do corpo. Esta vida se encontra dentro de cada átomo da substância, como ponto central de luz vivente.

2 – Como vivência, expressa amor e luz dentro do coração. Quando esta vivência se acha presente e se manifesta, o átomo humano se converte em parte da Hierarquia espiritual.

3 – Como Vida mais abundante. Essa vida pode ser percebida como luz, amor e poder dentro e sobre a cabeça do discípulo de Cristo. Essa vida abundante o capacita para colaborar, não só com a humanidade e com a Hierarquia espiritual, mas também com Shamballa – centro de vida em sua mais pura essência.

Se dizemos que a vida é vivência que capacita, as palavras são relativamente ininteligíveis, não são? Entretanto, se a vivência é submetida ao plano físico da vida, à vida espiritual do discípulo e ao vivo propósito de Deus, então algum limitado conceito pode surgir da maravilha do trabalho empreendido por Cristo no passado, e previsto por Ele como Sua futura responsabilidade. Cristo pode atrair as energias que são definidas pela frase “vida mais abundante”, porque elas liberarão (na Era de Aquário), de maneira nova e dinâmica, as novas energias necessárias para produzir restauração e ressurreição. Essa nova energia é a “força complementar da universalidade”, e concerne ao futuro. A fluência de energia aquariana é um dos fatores que permitirão a Cristo completar Sua tarefa como Salvador e Instrutor do mundo. Em junho de 1945, decidiu cumprir com Seus deveres de Distribuidor, Sustentador e Dispensador, e assumiu Suas responsabilidades como Precursor e Instrutor da Era de Aquário.

Como Sustentador dos Pequenos, nós estamos lidando com um aspecto do trabalho do Cristo que envolve o estímulo da consciência de Seus discípulos na medida que se preparam para submeterem à iniciação ou para penetrar em fases mais profundas do conhecimento espiritual. O resultado do Seu trabalho no Triângulo com as massas dos homens será a apresentação da primeira iniciação – o Nascimento do Cristo na caverna do Coração – como a cerimônia fundamental na nova religião mundial. Por intermédio dessa cerimônia as massas dos homens em todos os países estarão aptas a registrar conscientemente o “nascimento do Cristo” no coração, e o “nascer de novo”, ao qual Ele Mesmo se referiu (João 3,3) quando antes aqui na Terra. Esse novo nascimento é o que os esoteristas têm em vista quando falam da primeira iniciação. No futuro, para o final da Era de Aquário, não será a experiência de um discípulo ocasional, mas a experiência comum de incontáveis milhares. As águas purificadoras da Iniciação do Batismo (a Segunda iniciação) inundarão centenas de aspirantes em muitos países, e estas duas iniciações (que são preparatórias para o verdadeiro serviço e para a terceira iniciação da Transfiguração) colocarão o selo na missão do Cristo como Agente do grande Triângulo espiritual que Ele representa.

Todavia, o trabalho mais importante de Cristo, no que concerne aos discípulos e às pessoas espiritualmente orientadas do mundo, além dos milhares de seres humanos mais avançados, consiste em "nutrir" de tal forma sua consciência e vida espirituais, que lhes permitirá receber a terceira e quarta iniciações - a Transfiguração e a Renúncia (ou Crucificação).

Como os esoteristas sabem, o termo “os pequenos” se refere a esses discípulos que são os “meninos em Cristo” (como O Novo Testamento os chama) e que tenham recebido as duas primeiras iniciações, o Nascimento e o Batismo. São conscientes da aspiração espiritual, índice da vida crística residente em seus corações, e se submeteram aos processos de purificação que culminam nas águas batismais. Cristo deve preparar estes aspirantes para as iniciações superiores, nutrindo-os e ajudando-os, para que possam apresentar-se diante do Único Iniciador e chegar a ser pilares do Templo de Deus, ou seja, Agentes da Hierarquia espiritual e, portanto, discípulos ativos e trabalhadores.

Quando esteve na Palestina disse: “Ninguém vem ao Pai, senão por mim” (João 14,6). Isto foi um vaticínio do trabalho que Ele teria de realizar na era de Aquário. Nas primeiras iniciações, administradas por Cristo, os aspirantes (treinados pelos discípulos avançados) encontram seu caminho para Ele, porém Suas palavras se referem a etapas ainda superiores de desenvolvimento. Por meio das primeiras iniciações o discípulo se converte em agentes do amor de Deus; as iniciações superiores o capacitam para converter-se, etapa após etapas, em agentes da vontade de Deus. Os do primeiro grupo conhecem e compreendem a Segunda estrofe da Invocação “Do ponto de amor no coração de Deus, flua amor aos corações dos homens”; o grupo que na era aquariana Cristo mesmo há de “nutrir” e preparar, conhecerá o significado da terceira estrofe: “Do centro onde a Vontade de Deus é conhecida, guie o propósito as pequenas vontades dos homens”.

Durante a era de Piscis, a tarefa do Cristo teve por finalidade relacionar a humanidade com a Hierarquia do planeta; na era de Aquário, Seu trabalho consistirá em relacionar este grupo que cresce constantemente, com esse centro superior onde se faz contato com o Pai, onde a filiação é reconhecida e pode-se conhecer o propósito divino. Os três aspectos divinos, reconhecidos por todas as religiões do mundo (incluindo a religião cristã) – Inteligência ou Mente Universal, Amor e Vontade – desenvolver-se-ão, conscientemente, na humanidade por meio do trabalho futuro do Cristo; a humanidade, a Hierarquia espiritual e o “centro onde a Vontade de Deus é conhecida” estarão relacionados de forma mais ampla e geral.

A abordagem mística ao Reino de Deus desaparecerá gradualmente, na medida que a raça aumentar sua inteligência e uma abordagem mais científica ocorrer; os requisitos para ser admitido neste Reino serão de caráter objetivo; as leis que governam o centro superior da vontade divina também serão reveladas aos membros do Reino de Deus, e tudo isso se efetuará sob a supervisão do Cristo depois de Seu reaparecimento entre os homens. A tônica de Sua missão será, então, evocar na humanidade uma resposta à influência espiritual e um desenvolvimento em grande escala da percepção intuitiva – faculdade muito rara e pouco comum na atualidade. Quando veio anteriormente, evocou na humanidade uma gradual resposta à verdade e uma compreensão mental. Esta é a razão pela qual, ao término do ciclo que Ele inaugurou há dois mil anos, se têm formulado diversas doutrinas e se tem alcançado um amplo desenvolvimento mental e intelectual. (O Reaparecimento do Cristo)

O Trabalho do Cristo e Seus EnsinamentosO Trabalho do Cristo Hoje e no Futuro

Cristo Como O Liberador de Energia

Nos primeiros três meses do período de crise por que passou o Cristo e também a Hierarquia, e que terminou com Sua anunciada decisão, grandes energias ou correntes fundamentais de força foram postas à disposição do Cristo e Seus discípulos. Hoje, o fato de que a energia constitua a substância básica do universo, que todas as formas de vida sejam formas de energia, e que todas elas, grandes ou pequenas, utilizem energia e atuem como distribuidoras desta mesma energia, é algo muito conhecido e geralmente aceito pelas pessoas inteligentes e eruditas. Toda palavra falada ou escrita e toda atividade justificada são expressões de energia que conduzem à sua distribuição e ao desempenho de atividades. Os governos, as igrejas, as organizações e os grupos, são distribuidores e depósitos de energia. A própria humanidade é um grande centro de energia que afeta a todos os reinos subumanos e forma, analogamente, dentro de si mesma, um grande sistema de energias inter-relacionadas. O mesmo ocorre com o indivíduo que, por meio de seus atos e palavras, emprega energia, produz resultados que são efeitos desta energia e atua como seu distribuidor. O indivíduo subdesenvolvido não compreende nada disto e a energia que manipula é de ínfima importância. À medida que a evolução prossegue, e as pessoas adquirem poder e expressão, o uso que fazem da energia é, com freqüência, de grande importância; convertem-se em centros dinâmicos de distribuição de energia, e suas palavras (orais ou escritas) mais suas atividades, produzem grandes efeitos e importantes resultados. A Hierarquia é um grande centro de energia que chega à humanidade através do Cristo; este é o significado de Suas palavras: “Eu vim para que tenham vida”. Vida e energia são sinônimos.

Durante a guerra (1914-1945) Cristo e a Hierarquia observaram um mundo agonizante; homens e formas morriam em toda parte; velhos ideais, organizações e grupos desapareciam; o espectro da morte rondava por toda parte. A destruição não só caracterizava o mundo fenomênico, como também os mundos mais sutis do sentimento e do pensamento; a vida foi fechada em si mesma e terminada em morte. O problema do Cristo e Seus discípulos era preocupar-Se que o velho e indesejável não fosse revivido. Sua tarefa não foi a ressurreição do morto ou inútil; o direcionamento do fluxo de vida, trazendo a capacidade de construir de novo e de forma nova e trazendo também a energia que podia produzir um novo mundo e uma nova civilização, era onde se situava Sua oportunidade e Sua responsabilidade.

As forças reacionárias do mundo, políticas e religiosas, desejavam a ressurreição das formas velhas e caducas, puseram seu peso e influência (que só é outro nome dado à energia) em contrário a tudo o que era novo. Isto ainda seguem fazendo. As forças progressistas lutam, unicamente, pelo novo e não tratam de conservar nenhuma das velhas formas, ainda que possam servir a algum propósito útil. Sua enérgica rejeição a tudo que é do passado, e a energia destruidora que eles dirigem contra qualquer coisa que é do velho regime são igualmente obstáculos aos esforços da Hierarquia. Nessas forças progressistas está verdadeiramente a esperança, mas falta-lhes a habilidade na ação e possuem também grande amor pela destruição. O Novo Grupo de Servidores do Mundo mantém-se firme no “Nobre Caminho do Meio” (como Buda o denominou) e busca o enterro decente das antigas formas, a implementação daquilo que é novo e a restauração daquilo que, no passado, provou ser útil e bom e que poderia formar o germe da nova criação.

No momento da Lua Cheia de abril de 1945, durante a Páscoa desse ano e por um período aproximado de cinco semanas, as Forças de Restauração começaram seu trabalho, surgindo, primeiro, nos planos sutis da experiência humana. Este tipo de energia é peculiarmente criador e leva consigo a “vida que produz o nascimento das formas”. Afluiu à Hierarquia por intermédio de determinados Mestres e Seus discípulos, sendo imediatamente transmitida por Eles à humanidade. Esta é uma energia de massa e está, assim, relacionada com o estímulo da inteligência da massa; não é a energia que estivemos considerando anteriormente, quando tratamos da consciência crística no homem, senão a que faz que o homem pense, planeje e atue; não produz resultados maus nem bons, mas que simplesmente desperta as mentes dos homens para que atuem inteligentemente. Esta atuação depende, por coerência, do homem, cujo tipo de mente responde às forças de restauração e está condicionada por seu grau de evolução, raça, nação, tradição e de acordo com as reações de sua civilização e religião. Estas forças se acham ativas, atualmente, em todos os países e com freqüência produzem, de início, grandes dificuldades, conduzindo, finalmente, a uma reorganização da vida nacional ou planetária. Os efeitos serão principalmente físicos; trarão um novo mundo do qual haverá desaparecido todo indício de guerra; melhorarão a saúde física dos homens e dos animais, e serão reconstruídas as cidades o os povos. Seu objetivo é produzir uma nova Terra e tudo aquilo que evidencie a afluência de uma nova vida.

Depois disto, durante a Lua Cheia do Buda, em maio de 1945, as energias de iluminação entraram em atividade e a luz começou a afluir às mentes dos homens. Estas energias, na realidade, iniciam a nova educação mundial. Os primeiros a serem afetados serão os grandes movimentos educativos, os foros do povo em todos os países e os valores que se estão desenvolvendo agora, por meio do rádio e da indústria cinematográfica; também o serão a imprensa, os editores, escritores, comentaristas radiofônicos, periodistas e os trabalhadores no campo social. Estes efeitos talvez não se evidenciem ainda, devido ao breve tempo transcorrido, porém esses movimentos e essas pessoas são os receptores das energias de iluminação, se estiverem preparados para reconhecerem as novas idéias que emergem, e também os custódios e agentes distribuidores que as canalizarão e dirigirão para que influam nas massas de toda parte. Eclesiásticos, progressistas e liberais de todas as religiões também respondem a elas, porém sua utilidade se acha grandemente obstruída pela natureza reacionária do ambiente ou campo de atividade em que devem trabalhar, pois têm diante de si uma tarefa quase impossível de realizar. Além do mais, chagam à humanidade por meio do Novo Grupo de Servidores do Mundo, que é muito susceptível ao seu impacto, estando em condições de distribuí-las, porque trabalha em todos os campos de atividade mencionados anteriormente.

As forças restauradoras emanam da mente de Deus e estão relacionadas e vinculadas com o princípio inteligente da natureza divina, sendo o intelecto o aspecto da divindade que distingue o homem de todas as outras formas da natureza. As forças de iluminação provêm do coração de Deus, e estão relacionadas com a compreensão divina e podem, portanto, chegar a fortalecer a todos aqueles que amam e servem a seus semelhantes, estando, ademais, vinculadas com o segundo aspecto ou princípio da divindade, amor-sabedoria, do qual o Buda e o Cristo constituem as expressões divinas mais proeminentes. Principalmente através dEles e de Seus discípulos, os Mestres expressam a mesma linha de divindade, pela qual chegam as energias à humanidade, canalizadas pelo Novo Grupo de Servidores do Mundo.

Cristo e Buda, na Sua perfeição conjunta, constituem o campo da Mente e do Coração e se destacaram de Seus semelhantes devido a Suas realizações. Influenciaram hemisférios e séculos, enquanto que outros Filhos de Deus tiveram influência sobre os países, em períodos de tempo mais breves. Ainda Lhes falta realizar a consumação do trabalho, ainda que este não tenha muito que ver com as formas que personificaram Seus divinos princípios enunciados, Luz e Amor, senão com as Almas que tenham evolucionado aplicando ditos princípios.

Em junho de 1945, Cristo pôs em movimento as forças de reconstrução vinculadas ao aspecto Vontade da divindade, sendo as menos poderosas das três correntes de energia liberadas, durante os três Festivais da Lua Cheia de 1945. Estas forças de reconstrução são eficazes, principalmente em relação com essas entidades a que chamamosnações. A Hierarquia está tratando nestes momentos de canalizá-las para a Assembléia das Nações Unidas; o emprego que se faça destas energias impessoais, depende da qualidade e natureza da nação receptora, de sua verdadeira iluminação e do seu grau de evolução. As nações expressam, na atualidade, a autocentralização em massa de um povo e seu instinto de autoconservação. Portanto, estas energias podem acrescentar esse aspecto de sua vida e também a potência do objetivo que as Nações Unidas expõem, teoricamente, ante os povos. O objetivo principal da Hierarquia é distribuir ditas energias construtivas e sintetizadoras, de forma tal que a teoria da unidade se converta, lentamente, em realidade, e a palavra “Unidade” possa adquirir seu verdadeiro significado e sentido. O Avatar de Síntese está particularmente vinculado a este tipo de energia, o qual transmitirá à humanidade, com a ajuda do Cristo, algo que ainda é inominado. Não é nem amor, nem vontade, como geralmente se entende. Só uma frase composta de várias palavras pode revelar-nos algo de seu sentido. Tal frase é: “o princípio do Propósito dirigido”, o qual envolve três coisas:

1 – Compreensão do Plano – intuitiva e espiritualmente instintiva, porém inteligentemente interpretada – tal como pode ser realizado num futuro imediato por Cristo e Seus discípulos.

2 – Intenção enfocada, baseada no dito acima e acentuando um aspecto da vontade, ainda não desenvolvido no homem.

3 – Capacidade para direcionar a energia (por meio da compreensão e intenção) para um fim conhecido e desejado, superando todos os obstáculos e destruindo tudo que se encontrar no seu caminho. Isto não é a destruição de formas pela violência, tal como se tem presenciado no mundo, mas a destruição produzida pela vida grandemente fortalecida dentro da forma.

O significado desses princípios divinos tem pouco sentido na atualidade; estamos lidando com grandes mistérios. Um mistério continua um mistério somente quando existe a ignorância ou a incredulidade. Não existe mistério onde existe conhecimento e fé. Tudo que sabemos agora é que o Cristo reunirá e fundirá em Si mesmo três princípios da divindade; quando Ele aparecer “a luz que sempre existiu será vista; o amor que nunca cessa se concretizará, e o esplendor profundamente oculto irromperá no Ser”. Então teremos um novo mundo – mundo que expressará a luz, o amor e o conhecimento de Deus numa crescente revelação.

Certamente, deve ser evidente para todos nós a beleza desta síntese que o Cristo manifestará, e a maravilha da oportunidade apresentada. Grandes Forças, sob poderosa Liderança espiritual, mantêm-se prontas para se precipitarem neste mundo de caos, confusão, aspiração, esperança e sobressalto. Esses grupos de energias estão prontos para se concentrarem e serem distribuídos pela Hierarquia, e esta Hierarquia, sob seu Grande Líder, o Cristo, está mais perto da humanidade do que nunca na história humana. O Novo Grupo de Servidores do Mundo também está atento nessa direção em cada país no mundo, unido no seu idealismo, nos seus objetivos humanitários, na sua sensibilidade à impressão espiritual, na sua unidade de propósito subjetivo, no seu amor a seus semelhantes e na sua dedicação ao serviço altruísta. Os homens e mulheres de boa vontade também são encontrados em toda parte, prontos para serem guiados para atividade construtiva e serem agentes, gradualmente treinados e educados, para o estabelecimento daquilo que realmente nunca existiu antes – corretas relações humanas.

Assim, desde o Ser espiritual mais elevado no nosso planeta, passando por graduados grupos espirituais de homens iluminados e perfeitos que trabalham no lado interno da vida, até o mundo externo do viver diário, onde servem homens e mulheres que pensam e amam, flui a onda da nova vida. O Plano está preparado para sua imediata aplicação e desenvolvimento inteligente; os trabalhadores já existem e a capacidade de trabalho é adequada à necessidade. Sobre todas as coisas, a Hierarquia permanece e o Cristo está preparado para reaparecer e demonstrar a realidade. (O Reaparecimento do Cristo)

O Trabalho do Cristo e Seus EnsinamentosO Trabalho do Cristo hoje e no Futuro

Cristo Como Unificador do Oriente e Ocidente

Resultará difícil para o eclesiástico ortodoxo cristão e de critério estreito aceitar estas palavras, pois significam, em primeiro lugar que o Cristo trabalhará em íntima colaboração com o Buda, até que tenham ocorrido a fusão e a reconstrução. Buda está intimamente vinculado ao Cristo, no processo do reaparecimento dEste, ainda que não estará envolvido nele nem estará ativo durante todo o período que abarque o futuro trabalho de Cristo na Terra. Como bem se sabe, tampouco Ele deixou de manter contato e relação com a humanidade, posto que haja abandonado Seu corpo físico há séculos. Fez isto a fim de cumprir certa tarefa que se Lhe havia determinado e que incluía (além de outras coisas desconhecidas para a humanidade) algumas atividades relacionadas com a tarefa do Cristo, com a iminência de Sua vinda e certos planos para a futura civilização da era de Aquário. Como milhões de pessoas sabem, cada ano (no momento do Festival de Wesak, durante a Lua cheia de maio), Buda se comunica com a humanidade por intermédio do Cristo e da Hierarquia. Atua, desta maneira, como agente que estabelece uma relação entre o “centro onde a Vontade de Deus é conhecida” e o “centro a que chamamos raça dos homens”. Empregam-se, premeditadamente, estas duas frases, porque todo o trabalho que estão fazendo estes dois Grandes Filhos de Deus se relaciona com a distribuição de energias – as energias da luz e do amor. Por intermédio do Triângulo mencionado anteriormente, a energia da vontade será distribuída, sendo o Buda um dos Distribuidores divinos.

Atualmente, o trabalho do Buda para a humanidade está quase terminado, e Sua larga associação com a espécie humana está chegando prestes a seu fim. No momento que o reaparecimento do Cristo for um fato consumado e a prática das corretas relações humanas começar a condicionar, definitivamente, o viver humano, o Buda passará a ocupar-se da tarefa que O espera. Um dos discípulos mais avançados do Cristo, que se Lhe aproxima em hierarquia, ocupará Seu lugar e continuará o trabalho relacionado com a humanidade.

Quando este Mestre assumir Sua tarefa, o princípio inteligente ou conhecimento, característica sobressalente da humanidade, haverá sido, em grande parte, transmutado em sabedoria pelos intelectuais do mundo, e não pelas multidões. Sabedoria é a característica predominante do Buda, e o impulso desta energia, engendrada pela sabedoria, será, oportunamente, tão poderosa, que não necessitará de ser distribuída ou controlada pelo Buda. Então, Ele poderá reorientar-se para esferas mais elevadas de atividade, onde se situa Seu verdadeiro trabalho, e começar a trabalhar com um aspecto da sabedoria do qual nada sabemos, embora o conhecimento e a sabedoria têm sido expressados por intermédio do Buda e do Cristo; mais tarde, mediante a colaboração do Avatar de Síntese, Cristo estará apto a fundir em Si Mesmo estas duas grandes energias divinas, e assim ser a expressão pura do amor e da sabedoria, das corretas relações e da compreensão intuitiva.

A fim de que isto seja possível, e para poder aliviar Seu Irmão espiritual da árdua tarefa de relacionar a humanidade com Shamballa, o “centro onde a Vontade de Deus é conhecida”, o Cristo se está submetendo, agora, a um processo excepcional de preparação. Os trinta anos que trabalhou na oficina de carpintaria, na Palestina, constituem, agora, o símbolo ainda não reconhecido, de tal preparação. A palavra “carpinteiro” significa edificação, construção e, por derivação, aquele que é um artífice da madeira ou um construtor de casa de madeira. Este é o verdadeiro significado do relato bíblico acerca da crucificação do Cristo sobre a cruz de madeira ou sobre a árvore. Na realidade, está relacionado com a Sua decisão, adotada no Horto de Getsêmani, de encarregar-se do trabalho de construção ou reconstrução em Aquário, completando, assim, a tarefa que havia intentado levar a efeito na era de Piscis. Cristo, Seus discípulos e o Novo Grupo de Servidores do Mundo são os construtores responsáveis da nova civilização, a “nova casa da humanidade”. O trabalho preparatório que Ele está fazendo agora O capacita para demonstrar pela sabedoria (não só pelo amor) a natureza dos planos hierárquicos, as sábias medidas construtivas, a sábia eleição de construtores e os métodos corretos de construir.

Portanto, é evidente que o mais grandioso dos Filhos de Deus, o Cristo, Representante da humanidade e do segundo aspecto divino, demonstrará dentro de Si mesmo, durante a era de Aquário e depois de Seu reaparecimento, certas grandes dualidades fundidas e unificadas. Será útil estudá-las e conhecê-las também:

1 – A fusão do segundo aspecto divino de amor e o primeiro aspecto divino da Vontade – a Vontade para o bem.

2 – A fusão do amor e da sabedoria, capacitando-O para ser o construtor da nova era e da nova civilização.

3 – A fusão da energia de Piscis, gerada durante os últimos dois mil anos de atividade espiritual do Cristo, com as energias de Aquário que têm de ser geradas e estarão ativas na Terra, durante os próximos dois mil e quinhentos anos.

É para este processo de fusão, como tudo o que isso implica, que o Cristo se está submetendo a um processo de preparação que, uma vez completado, chegará a ser, num sentido até agora desconhecido para Ele, o ponto focal e o Agente transmissor das seguintes cinco energias divinas:

1 – A energia do Amor.2 – A energia da Vontade.3 – A energia da Sabedoria.4 – A energia de Piscis, gerada durante a era cristã.5 – A energia de Aquário, que já se está gerando nas esferas internas do pensamento e do sentimento, e a que será gerada nos séculos futuros.

Os métodos empregados na Sua preparação só são conhecidos pelo Cristo, pelo Buda e pelo Avatar de Síntese. Todo treinamento esotérico ou espiritual deve ser auto-aplicado, e isto é tão certo para Ele, como para o mais humilde aspirante. Não nos é possível conhecer os processos do pensamento, das reações e dos planos do Cristo.

Na Palestina, Sua aparição foi profética e Sua tarefa consistiu, principalmente, em colocar os alicerces para as atividades que seguirão ao Seu reaparecimento, ademais de espalhar as sementes cujos frutos serão recolhidos na nova era. A tragédia da Sua aparição, há dois mil anos, coloriu a apresentação da verdade feita pelos teólogos e os fizeram elaborar uma história funesta, produzindo um mundo miserável e infeliz. Esta tragédia se deveu:

1 – Ao descobrimento de que a humanidade não estava preparada e que, durante séculos, necessitar-se-ia de muita experiência, ensinamentos, provas e ensaios, antes que Seu verdadeiro trabalho pudesse começar.

2 – Ao reconhecimento de que era necessária uma mais estreita relação entre Ele e esse centro ao qual se referia como “Casa do Pai”; foi esta compreensão que O fez dizer que Seus discípulos poderiam e fariam “coisas mais grandiosas” que as que Ele havia feito, e que deveria voltar a Seu Pai.

3 – A que havia chegado à conclusão que devia ter mais trabalhadores e agentes preparados e dedicados do que fora possível obter, desde então. Daí, a formação e a preparação do Novo Grupo de Servidores do Mundo. Quando houver suficiente número destes servidores e trabalhadores iluminados, Ele virá, e nada pode deter Sua aproximação.

4 – À constatação de que os homens não estavam tão desesperados em “tomar o Reino dos Céus pela violência”. Só no desespero e quando chega ao limite das forças, o discípulo encontra seu caminho para esse Reino e está disposto a abandonar suas velhas modalidades. O que é verdade para o indivíduo também deve sê-lo para a humanidade, em escala mais ampla.

Cristo vem para todo o mundo, não unicamente para o mundo cristão. Vem para o Oriente e para o Ocidente, e previu o “momento do fim” com sua catástrofe planetária, desastres fenomênicos, desespero e invocação – tendo lugar tanto no Oriente como no Ocidente. Sabia que em momentos de crises e tensões culminantes a própria humanidade provocaria Seu reaparecimento. O Novo Testamento é verídico e exato; apenas as interpretações feitas pelos homens têm desviado a humanidade.

No Oriente existe uma velha lenda que pode ser aplicada hoje, e contém a chave da relação que existe entre o Cristo e o Buda. Refere-se a um serviço que, segundo diz a lenda, o Buda prestará ao Cristo. De forma simbólica, a lenda conta que quando Buda alcançou a iluminação e já nada mais podia aprender de Sua experiência na Terra, visualizou o futuro até o momento em que Seu irmão, o Cristo, estivesse ativo prestando um grande Serviço – como se diz comumente. Portanto, a fim de ajudar o Cristo deixou (para que as usasse) o que misteriosamente são denominadas “Suas vestiduras”. Logo, deixou num lugar seguro o summum de Sua natureza emocional-intuitiva, denominada por alguns como corpo astral, e todo Seu conhecimento e pensamento, Sua mente ou corpo mental. Segundo diz a lenda, estas vestiduras serão usadas por Aquele que vem, que Lhe serão de utilidade para complementar as próprias faculdades emocionais e mentais do Cristo e proporcionar-Lhe o de que necessita como Instrutor do Oriente e do Ocidente. Então poderá contemplar triunfalmente Seu futuro trabalho e eleger Seus colaboradores. O mandato dado nO Novo Testamento contém uma idéia algo similar: “Há, pois, em vós este sentir que houve, também, em Cristo” (Fil. 2,5).

Desta maneira, Cristo, com as energias do amor e sabedoria fundidas; com a ajuda do Avatar de Síntese e do Buda; e influenciado pelo Espírito de Paz e Equilíbrio, poderá complementar e dirigir as energias que produzirão a nova civilização futura. Aparecerá ante Seus olhos a verdadeira ressurreição e a emancipação da humanidade da pressão do materialismo. Assim Ele “verá o trabalho de Sua alma e será saciado” (Isaías 53,11). (O Reaparecimento do Cristo)

O Trabalho do Cristo e Seus EnsinamentosOs Ensinamentos do Cristo

Preliminares

Talvez seja útil fazer algumas observações preliminares sobre o ensinamento difundido (no transcurso das épocas) pelos filhos de Deus que apareceram nas horas de mais necessidade para a humanidade, a fim de exporem, ante a consciência dos homens de Sua época, certas idéias e conceitos acerca da Verdade. Quando Eles aparecem, seu objetivo é satisfazer as necessidades imediatas, de maneira que as idéias apresentadas possam converter-se em ideais, aos quais se adaptará, oportunamente, a vida da humanidade, trazendo como conseqüência uma civilização melhorada. Tem havido uma grande continuidade através dos séculos.

Não haveria tempo para escrever nem para ler uma análise ou descrição completa sobre a revelação progressiva de idéias transmitidas à humanidade pelas grandes e iluminadas mentes autorizadas pela Hierarquia espiritual do planeta. Todos os instrutores cíclicos (para diferenciá-los de inumeráveis Instrutores de menor importância) têm dominado Suas vidas – nas três esferas da evolução humana – física, emocional e mental – logrando controlar o nível físico da consciência, Sua natureza emocional ou sentimental e alcançar compreensão mental e, finalmente, iluminação.

O problema da Hierarquia tem consistido – e ainda consiste – em conhecer a capacidade de captação da humanidade acerca da verdade, e até que ponto pode ser apresentada às mentes incipientes a verdade absoluta; também tem consistido em determinar qual o aspecto da verdade universal que permitirá ao homem resolver suas dificuldades e avançar no Caminho do Retorno a Deus; necessita saber, ademais, em que ponto da escala evolutiva se encontra a humanidade, num período dado. Isto em si constitui para Ela um campo de investigação.

O método até agora seguido tem consistido em determinar qual é o principal fator de que carece o homem para perceber a realidade – num dado momento – e qual é a verdade divina que contém a semente de uma atividade vital para uma humanidade que se acha em determinadas condições e necessita de um certo tipo de ajuda. Também têm que decidir qual o melhor modo de prestar essa ajuda, de maneira que seus resultados sejam duradouros, educativos e eficazes. Até agora, os conceitos expostos têm sido formulados pelos Instrutores mundiais da época, e difundidos tão somente a uns poucos eleitos, cuja tarefa tem sido tomar a idéia recém apresentada, disseminando-a entre os homens que possuam a suficiente iluminação para que seja aceita, divulgada, vivida e polarizada. Isto já tem sido realizado durante épocas, com maior ou menor êxito.

Torna-se impossível expor aqui as poucas verdades que serviram para orientar o desenvolvimento da humanidade na antiga Atlântida, posto que constituam uma base sólida de todo o ensinamento posterior. Podemos estudar (como fundamento do ensino que Cristo difundirá depois de Seu reaparecimento) vários conceitos de menor importância que estão contidos, hoje, nos ensinamentos de todas as religiões mundiais, os quais deveriam ser apresentados ao público pelos modernos instrutores religiosos.

O primeiro desses Instrutores pertence a uma época tão remota que não se pode dizer com exatidão a data em que viveu. Seu nome foi modernizado e atribuído a um antigo herói e instrutor, chamado Hércules. Apresentou ao mundo, através de um histórico drama mundial (de natureza simbólica), o conceito de uma grandiosa finalidade, alcançável tão somente por meio de lutas e dificuldades. Traçou uma meta que os homens deveriam alcançar, sem levar em conta os obstáculos. Estes foram representados nos “Doze Trabalhos de Hércules”, os quais eram mitos e não acontecimentos reais. Desta forma representou, para os que tinham olhos para ver e coração para compreender, a natureza do problema que teriam de resolver, no Caminho de Retorno a Deus. Descreveu o regresso do Filho Pródigo ao Lar do Pai, e as provas e esforços que têm de enfrentar todos os aspirantes, discípulos e iniciados, igualmente enfrentados por todos os que hoje formam a hierarquia espiritual. Ao considerar essa assertiva, deve-se também incluir o Cristo, por haver sido “tentado em tudo”, segundo nossa semelhança (Hebreus, 4,15), não obstante haver triunfado nas provas e obstáculos.

Em data também desconhecida, veio Hermes. Segundo se disse, foi o primeiro em proclamar-se a “Luz do Mundo”. Mais tarde, apareceu o grande Instrutor Vyasa. Trouxe uma mensagem singela e necessária, no sentido de que a morte não é o fim. Desde essa época, a humanidade começou a pensar sobre a possível imortalidade da alma. Instintiva e debilmente o homem havia nutrido a esperança e pressentido que o abandono do veículo físico não constituiria o fim de toda a luta, do amor e aspiração humanos; naquelas épocas primitivas, somente predominavam o sentimento e o instinto; as massas não possuíam a capacidade de pensar, como na atualidade. No período culminante em que vivemos, o trabalho de todo o movimento espiritualista constitui, em realidade, a emergência daquela corrente de energia mental e da idéia que Vyasa implantou na consciência humana, há milhares de anos. O esforço que realizam os intelectuais para demonstrar a possibilidade científica da imortalidade, também faz parte desta grande corrente, levada a níveis intelectuais, salvando, assim, o trabalho realizado por Vyasa, das brumas, da fascinação e da imoralidade psíquica, que hoje o envolve. A realidade da imortalidade está a ponto de ser provada cientificamente. Já foi comprovada a sobrevivência de determinado fator, se bem que o demonstrado como sobrevivente, não é em si, intrinsecamente imortal. A natureza real da alma e sua sobrevivência, frente à eterna vivência, são uma só e mesma coisa e não foram ainda comprovadas cientificamente. Entretanto, são verdades conhecidas e aceitas hoje por milhões de homens e por inumeráveis intelectuais, os quais – a menos que constituaum histerismo e engano coletivo – têm pressentido sua existência.

Buda é o Instrutor ao qual nos referiremos a seguir, apesar de haverem existido outros, entre Sua época e a de Vyasa. Durante esses séculos, cuja história é relativamente obscura e vaga, a inteligência dos homens se desenvolvia rapidamente, e a percepção investigadora do gênero humano se apresentava cada vez mais ativa. As indagações – para as quais não existe uma aparente nem mesmo fácil resposta – foram formuladas por um grupo de pensadores da Índia, representando os pensadores de todos os países de então. Propuseram repetidas perguntas sobre por que existem a dor e a miséria em todos os recantos da Terra e em cada vida; qual seria a causa disto e que se deveria fazer para melhorar as condições de vida; queriam saber, igualmente, qual era o princípio integrante do homem; se era a alma e se existia um eu. O Buda veio para dar a resposta a todas essas indagações e firmar as bases de um enfoque mais iluminado à vida, difundindo os ensinamentos que preparariam o caminho para o trabalho do Cristo, que, Ele sabia, haveria de seguir Seus passos.

É interessante relembrar que, quando veio o Buda, aproximadamente quinhentos anos antes de Cristo (pois a data exata do nascimento de Cristo ainda se discute), podiam sentir-se as primeiras tênues influências da Era Pisceana fazendo impacto sobre a poderosa qualidade da era de Áries, a vítima propiciatória ou o carneiro. Foi a influência dessa era – persistindo através da dispensação judaica – que conduziu, finalmente, à deformação dos simples ensinamentos de Cristo, quando Ele veio. Foi apresentado, erroneamente, ao mundo como a vivente vítima propiciatória que carregou com os pecados da humanidade, originando, assim, a doutrina da expiação vicária. São Paulo foi o responsável por isso. Um exemplo análogo de distorção, também teve origem judaica, aparecendo nas primeiras etapas do ciclo de Áries, o carneiro. Afirmou-se que os Filhos de Israel se prosternaram ante o bezerro de ouro, o símbolo de Taurus, o touro, e o adoraram; este foi o ciclo astronômico precedente, cujos períodos são ciclos astronômicos e não signos astrológicos. Nas primeiras etapas de Áries, o ensinamento retrocedeu ao de Taurus, e nas primeiras etapas de Piscis retrogradou ao de Áries, e assim se iniciou a regressão do ensinamento que agora domina a tantos cristãos ortodoxos.

Buda respondeu às interrogações de Sua época, difundindo as Quatro Nobres Verdades, que esclarecem, satisfatoriamente, o eterno porquê do homem. Estas verdades podem ser sintetizadas da seguinte maneira: Buda ensinou que a miséria e o sofrimento eram produzidos pelo próprio homem, e que a tendência do ser humano para o indesejável, efêmero e material, é a causa de todo desespero, ódio, e competição, e a razão pela qual o homem vive no reino da morte – o reino da vida material, que é a verdadeira morte do espírito. Buda fez uma excepcional abordagem dos ensinamentos disseminados por Hércules e Vyasa, e coadjuvou na estruturação da verdade que Eles haviam erigido, preparando, assim, o caminho para o Cristo. Entre estes dois grandes Instrutores, Buda e Cristo, apareceram instrutores menores, a fim de ampliar as verdades fundamentais já dadas. Entre estes, Sankaracharya foi um dos mais importantes, porque deu profundas instruções sobre a natureza do Eu. Também deve ser citado Shri Krisna, o Instrutor que figura no Bhagavad-Gita, e que muitos crêem ter sido uma encarnação anterior do Cristo.

Desta maneira, as verdades fundamentais sobre as quais se baseia a relação com Deus (e, portanto, com nossos semelhantes), são sempre difundidas pelo Filho de Deus que, num determinado período mundial, é o Guia instrutor da Hierarquia espiritual.

A seu devido tempo, o Cristo veio e deu ao mundo (sobretudo por intermédio de Seus discípulos) duas verdades principais: a realidade da existência da alma humana e, em segundo lugar, o sistema do serviço como meio (emprego esta palavra deliberadamente) para estabelecer corretas relações – com Deus e com os nossos semelhantes. Disse aos homens que todos eram filhos de Deus, no mesmo sentido que Ele; apresentou de muitas maneiras simbólicas o que era e quem era Ele, assegurando-lhes que podiam fazer coisas ainda mais grandiosas, porque eram tão divinos como Ele. Estas coisas mais grandiosas, a humanidade já as fez, no plano físico. Também controlou sua natureza, como Cristo sabia que os homens o fariam, porque conhecia a atuação da Lei de Evolução. Ensinou que o serviço constituía a chave da libertação. Também lhes ensinou, por meio de Sua própria vida, a técnica de servir, fazendo o bem, curando enfermos, predicando e instruindo sobre as coisas do Reino de Deus e dando de comer, física e espiritualmente, aos famintos. Fez da vida cotidiana um âmbito divino de vivência espiritual, acentuando, assim, o ensinamento de Buda, de não desejar nada para o eu separado. Assim Cristo ensinou, amou e viveu, levando adiante a magna continuidade da revelação e do ensinamento hierárquico; entrou, então, no arcano, deixando-nos Seu exemplo para que pudéssemos seguir Seus passos (Pedro 2,21), imitando-o em Sua fé na divindade, em Seu serviço e em Sua capacidade para penetrar nessa esfera de consciência e nesse campo de atividade, a que chamamos a verdadeira igreja de Cristo, a Hierarquia espiritual – atualmente invisível – de nosso planeta, o verdadeiro Reino de Deus. O véu que oculta a verdadeira igreja está por desaparecer o o Cristo está a ponto de reaparecer.

À luz do passado e das atuais necessidades da humanidade, às quais o Cristo e a Hierarquia devem satisfazer, que ensinamento será difundido desta vez? Tal é a pergunta formulada agora por Seus discípulos. Provavelmente, Sua instrução versará sobre quatro pontos. Faríamos bem em considerarmos cada um em separado, e nos empenharmos em compreender e preparar a mente humana para receber aquilo que Ele há de dar. (O Reaparecimento do Cristo)

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O Estabelecimento de Corretas Relações Humanas

A frase “corretas relações humanas” é hoje muito discutida; cada vez se compreende mais que constitui uma imperiosa necessidade humana e a única esperança de paz e segurança. As errôneas relações humanas atingiram uma etapa difícil, que todos os aspectos da vida humana se acham em estado caótico; todos os setores da vida diária estão envolvidos – familiar, comunal, relações comerciais, contatos políticos e religiosos, a atividade governamental e a vida comum dos povos, inclusive as relações internacionais. Em toda parte existe ódio, competição, desarmonia, luta de partidos, murmúrios e escândalos vis, profunda desconfiança entre os homens e as nações, entre o capital e o trabalho, e entre as inumeráveis seitas, igrejas e religiões. Entre seita e igreja a diferença é, no fundo, somente uma questão de grau, de princípio histórico; é uma diferença de interpretação, de lealdade fanática a uma verdade favorita, e sempre – exclusivismo, que é contrária ao ensinamento cristão. Em nenhuma parte existem paz e compreensão; só uma pequena minoria, em comparação com os habitantes da Terra, luta para estabelecer essas condições que conduzirão a pacíficas e felizes relações.

A força desta minoria combatente, que luta pela paz e por corretas relações, reside em que o trabalho que trata de realizar está de acordo com a intenção e com o propósito divinos. O Cristo planeja reaparecer em meio a este caos de interesses em conflito, competitivos e em luta. Pedir-lhes-ia que contemplassem a horrível realidade que Ele deve enfrentar, e a necessidade de que haja certa ordem no mundo, para que possam ser enunciados certos princípios fundamentais e, parcialmente pelo menos, aceitos, antes que Ele possa trabalhar com êxito entre os homens. Se aparecesse agora, Sua voz não poderia ser ouvida, porque a algazarra das discussões humanas é demasiado estridente; se procurasse chamar a atenção da humanidade, ainda que o fizesse por meio do profético som da trombeta (Mateus 24,31), simplesmente se diria que se anuncia a Si mesmo; se predicasse e ensinasse, atrairia, principalmente, aqueles que simpatizam com Sua mensagem, ou ver-se-ia rodeado pelos ingênuos e os crédulos, como ocorre sempre com todo novo Instrutor, seja qual for seu ensinamento. A maioria dos seres humanos está demasiada faminta, esgotada psiquicamente, perplexa e angustiada, bem como insegura de seu futuro, sua liberdade, sua segurança, para estar em condições de escutá-Lo.

Pode-se assegurar que não virá como um herói vitorioso, como têm feito crer as interpretações dos instrutores de teologia, porque dessa maneira não seria identificado, senão simplesmente classificado como um militar a mais, dentre os que já temos bastante; não virá como o Messias dos judeus, para salvar nesta qualidade a chamada Terra Santa e a cidade de Jerusalém, pois Ele pertence a todo o mundo e nem os judeus nem qualquer outro povo têm direitos ou privilégios especiais para reclamá-Lo como próprio; tampouco virá para converter os “pagãos” pois aos olhos de Cristo e de Seus discípulos tal mundo não existe, sendo de notar que os denominados pagãos têm demonstrado, historicamente, menos perversidade e antagonismo que o mundo cristão militante. A história das nações cristãs e da igreja cristã tem sido de uma militância agressiva – o que jamais desejou o Cristo, quando tratou de estabelecer a Igreja na Terra.

Quando de sua vinda anterior, disse (e Suas palavras têm sido lamentavelmente, mal interpretadas): “Não vim para trazer paz senão espada” (Mateus 10,34). Isto será verdade especialmente durante os primeiros dias de Seu advento. A espada que Ele empunha é a espada do Espírito; é a que separa a verdadeira espiritualidade do materialismo. O principal efeito de Sua aparição será demonstrar, seguramente, em toda parte, o que produz um espírito de inclusividade canalizado ou expresso através Dele. Todos os que tratam de estabelecer corretas relações humanas se unirão, automaticamente a Ele, pertençam ou não a alguma das grandes religiões mundiais; todos aqueles que não fazem distinção fundamental, nem real entre uma religião e outra, um homem e outro homem e uma nação e outra nação, reunir-se-ão ao Seu redor; aqueles que personificam um espírito de exclusivismo e separatividade ficarão, análoga e automaticamente, a descoberto e serão conhecidos pelo que são. A divisora espada do Espírito trará sem ferir a revelação e indicará o primeiro passo a dar para a regeneração humana.

Permanecendo como o ponto focal do Triângulo interno formado pelo Buda, pelo Espírito de Paz e pelo Avatar de Síntese, a força que emanará de Cristo será tão poderosa, que a diferença entre amor e ódio, agressão e liberdade, cobiça e generosidade, por-se-á em evidência ante os olhos e a mente de todos os homens, esclarecendo, portanto, a distinção existente entre o bem e o mal. A prece invocativa: “Do ponto de Amor no Coração de Deus, flua amor aos corações dos homens”, cumprir-se-á. Cristo liberará sobre o mundo dos homens, a potência e a energia características do amor intuitivo. Os resultados obtidos da distribuição desta energia serão dois:

1 – Um número incontável de homens e mulheres se agruparão em todos os países para promover a boa vontade e corretas relações humanas. Este número será tão grande que, de uma minoria relativamente pequena e de pouca importância, se converterá na maior e mais influente força do mundo. Por seu intermédio, o Novo Grupo de Servidores do Mundo poderá trabalhar com êxito.

2 – Esta energia ativa de compreensão amorosa iniciará uma enorme reação contra o poder do ódio. Odiar, isolar-se e ser exclusivista, será considerado como o único pecado, porque se reconhecerá que todos os pecados, considerados atualmente como tais, provêm do ódio e do seu produto, a consciência anti-social. O ódio e suas conseqüências constituem o verdadeiro pecado contra o Espírito Santo, a respeito de que tanto têm debatido os comentaristas, passando por alto (em sua nesciedade) a simplicidade e propriedade da correta definição do mesmo pecado.

O poder do impacto hierárquico espiritual, através do Cristo e Seus discípulos ativos, será tão grande, que a utilidade, a praticabilidade e a naturalidade das corretas relações humanas chegarão a ser evidentes, que os assuntos mundiais serão prontamente reajustados, inaugurando-se uma nova era de boa vontade e paz sobre a Terra. A nova cultura e a nova civilização serão, então, possíveis.

Isto não é a descrição otimista de um acontecimento místico e impossível. Não se baseia em um anelo ou em uma cega esperança. Os discípulos do Cristo predicam, já, a doutrina das corretas relações humanas. Homens e mulheres de boa vontade estão se esforçando em demonstrar que somente através disto poderá reinar a paz, no campo das relações internacionais. Ao apresentar a verdadeira “vivência” que o Cristo demonstrará ao mundo dos pensadores, logicamente não terão cabimento nem o exclusivismo nem o separatismo, porque a “vida mais abundante” (que Ele trata de canalizar para todos nós) é uma corrente que flui livremente, arrastando os obstáculos e barreiras, fazendo circular de forma ininterrupta a verdade e a vida mesma – sendo o amor a qualidade essencial de ambas.

Todas as religiões mundiais têm proclamado o fato de que Deus é, essencialmente, Amor e Vida, como também Inteligência. Essa vida contém em si mesma a qualidade essencial da Vontade de Deus, como também Seu amor. Ambos são igualmente importantes, porque essa vontade está qualificada pelo amor. Até agora, os homens nada conheciam da natureza real da vivência energizada pelo amor e pela vontade, exceto através de um vago conceito teórico. O reaparecimento do Cristo estabelecerá a realidade desta vivência divina; a obra que Ele efetuará – ajudado por Seus discípulos – manifestará o amor e o propósito divinos que se ocultam por trás de toda experiência fenomênica.

O estabelecimento de corretas relações humanas é um aspecto da vontade divina que a humanidade deve cumprir, e a fase seguinte da expressão divina que se há de manifestar nos assuntos humanos – individuais, comunais e internacionais. Nada impedirá que se manifeste esta expressão divina, exceto o fator tempo, e este é determinadopela humanidade, sendo uma exteriorização do livre-arbítrio divino. A intenção e expressão divinas podem manifestar-se lenta ou rapidamente, segundo o decida o homem; até agora, escolheu a manifestação lenta – muito lenta. É aqui que se porá em relevo o livre-arbítrio da vontade humana. Devido a que a divindade é imanente ou está presente em todas as formas e, portanto, em todos os seres humanos, aquela Vontade divina deve ser cumprida, oportunamente; devido ao intenso materialismo de todas as formas, na atualidade, (falando esotericamente), sua expressão tem sido retardada; a vontade do homem não tem consistido em estabelecer corretas relações humanas. Daí, a disciplina imposta pela guerra, a tortura das formas e o sofrimento do humano viver atual.

Ditos fatores estão produzindo uma transformação ampla e geral; um indício disto pode ser facilmente observado pelas pessoas espiritualmente orientadas. Tais pessoas estão continuamente exclamando (como Cristo no Horto de Getsêmani), “Que se cumpra a Vontade de Deus” (Mateus 26,39). Repetem-no, ignorantemente, e às vezes sem esperanças, evidenciando, porém, um processo geral de reorientação espiritual, submissão e conformidade. O Cristo demonstrou esta submissão quando disse: “Porque desci do céu, não para fazer minha vontade, mas a vontade Daquele que me enviou” (João 6,38). Deu provas de Sua conformidade quando exclamou: “Pai, faça-se Tua vontade e não a minha”. A submissão contém em si os elementos do triunfo, impostos pela força das circunstâncias, e a aceitação quase cega, submetendo-se àquilo que se lhe impõe. A conformidade leva em si, como elemento, uma inteligência compreensiva, e isto significa um grande passo adiante. Ambas admitem a existência de uma divina vontade influente, na vida da humanidade; constituem, também, uma preparação para o reaparecimento da obra que o Cristo há de realizar, a fim de estabelecer corretas relações humanas. Atualmente, a submissão da humanidade à vontade divina é negativa; a verdadeira submissão é uma atitude positiva, de expectativa espiritual, que conduz oportunamente, a uma conformidade positiva.

Pode-se observar já uma expectativa espiritual; compete ao Novo Grupo de Servidores do Mundo intensificá-la. Têm, também, que fomentar a submissão espiritual e a conformidade inteligente das massas que, em geral, se dividem em duas classes, expressando ambas as atitudes; tais fatores de submissão, expectativa e conformidade se acham latentes em todos os homens. Estas três forças divinas permitirão ao homem responder à mensagem de Cristo, sendo, pois, muito mais fácil sacrificar-se, desinteressadamente, comprometer-se inteligentemente e captar os inumeráveis e diversificados pontos de vista (indispensáveis para o estabelecimento de corretas relações humanas).

Seria conveniente refletir sobre quais são os fatores existentes na submissão e na conformidade. Nelas estão compreendidos, o estabelecimento de corretas relações humanas, abdicação, renúncia, submissão aos fatos existentes e obediência à lei divina. Isto é o que Cristo demonstrou anteriormente, e estas são as coisas que Ele ajudará a humanidade a aceitar com entusiasmo e compreensão. Isto trará a felicidade. A felicidade é uma lição, aliás, difícil de aprender; ela é uma experiência totalmente nova para a humanidade e o Cristo deverá ensinar os seres humanos como desfrutá-la corretamente, como superar os antigos hábitos do sofrimento e assim compreender o significado da verdadeira alegria. Entretanto, não virá somente para ensinar aos homens a necessidade de estabelecer corretas relações humanas, senão também para que saibam como estabelecê-las com todo êxito, eles próprios. (O Reaparecimento do Cristo)

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O Cristo Ensinará a Lei do Renascimento

Esta lei deriva, principalmente, da Lei da Evolução. Nunca foi captada nem compreendida, devidamente, no Ocidente. Tampouco demonstrou ser de utilidade no Oriente, onde é aceita como princípio diretivo da vida, pois seu efeito tem sido narcotizador e agido em detrimento do progresso. O estudante oriental considera que ela lhe dá sobra de tempo, negando, assim, todo esforço para alcançar uma meta. O cristão comum confunde a Lei do Renascimento com “a transmigração das almas” e, freqüentemente, crê que esta lei significa a passagem dos seres humanos para os corpos de animais ou de formas inferiores de vida, o que é errôneo. À medida que a vida de Deus progride de uma forma à outra, a vida dos reinos subumanos também progride das formas minerais para as vegetais e destas para as formas animais; da etapa animal a vida de Deus passa ao reino humano e se torna sujeita a Lei do Renascimento e não à Lei de Transmigração. Para os que têm alguma noção da Lei do Renascimento ou Reencarnação, esse conceito parecerá ridículo.

A doutrina ou teoria da Reencarnação horroriza o cristão ortodoxo. Porém, se lhes formula a pergunta que os discípulos fizeram a Cristo, a respeito do cego: “Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?” (João 9,2), rejeitam as implicações; ou melhor, motejam ou demonstram perplexidade. A apresentação ao mundo do pensamento feita pelo ocultista comum ou pelo expoente teosofista tem sido deplorável, devido a que a expôs de forma confusa. Tudo o que se pode dizer é que familiarizaram o público com a teoria. Entretanto, se houvesse sido apresentada com maior inteligência, sua aceitação no Ocidente teria sido mais generalizada.

Se a meta das corretas relações humanas for ensinada universalmente pelo Cristo, a ênfase de seu ensinamento deve recair, então, na Lei do Renascimento. Isso é inevitável devido a que o reconhecimento desta lei trará, paralelamente, a solução de todos os problemas da humanidade, e a resposta a muitas de suas indagações.

Esta doutrina será uma das notas-chaves da nova religião mundial, como também um agente esclarecedor para uma melhor compreensão dos problemas do mundo. Quando o Cristo esteve aqui, anteriormente, em pessoa, pôs em relevo a realidade da alma e o valor do indivíduo. Disse aos homens que podiam ser salvos pela vida da alma e pelo Cristo que reside no coração humano. Disse, ademais, “que o que não nascesse de novo não poderia ver o Reino de Deus” (João 3,3). Somente as almas podem ser cidadãos deste Reino, e esse privilégio foi o que ofereceu pela primeira vez à humanidade, dando, assim, aos homens a visão de uma possibilidade divina e um fim inalterável de toda a experiência. Disse-lhes: “Sede, pois, perfeitos como vosso Pai celestial é perfeito” (Mateus 5,48).

Desta vez, ensinará os homens o método pelo qual esta possibilidade poderá converter-se num fato consumado – pelo constante retorno da alma reencarnante à escola da Vida na Terra, a fim de submeter-se ao processo de aperfeiçoamento, do qual Ele foi o exemplo culminante. Tal é o significado e o ensinamento da reencarnação. No seu livro Novas Moradas para Novos Homens, página 123, Dane Rudhyar define, satisfatoriamente, este misterioso processo cósmico e humano, dizendo: “A estrutura individual da nova manifestação está, por força, condicionada por tudo o que não se realizou no passado; pelos remanescentes, os fracassos do passado – achados nos registros da natureza, na memória da substância universal”. A história de todo ser humano está contida nessas palavras.

Deve-se levar em conta que, praticamente, todos os grupos e escritos esotéricos têm posto de relevo, irrefletidamente, a questão das passadas encarnações e sua recordação, que resultam impossível de serem constatadas, porque qualquer um pode dizer e afirmar o que bem lhe aprouver; o ensinamento se tem baseado em leis inexistentes que se supõe regerem a equação tempo e o intervalo entre uma vida e outra, esquecendo-se que o tempo é um produto da consciência cerebral, que não tem existência fora do cérebro; a ênfase tem sido posta sobre um falso conceito a respeito do relacionamento. O ensinamento (até agora difundido sobre a Reencarnação) foi mais prejudicial que proveitoso. Dela só resta um fator de valor: a existência da Lei do Renascimento que agora é discutida por alguns e aceita por milhares.

Pouco sabemos além do fato de que tal lei existe. Aqueles que conhecem, por experiência, a realidade deste retorno, repelem de plano, os pormenores fantásticos e improváveis que os grupos teosóficos e ocultistas expõem como realidade. A lei existe, porém nada sabemos acerca de seu mecanismo. Muito pouco se pode dizer a respeito dela que seja exato, e isto não pode ser refutado.

1 – A Lei do Renascimento é uma grande lei natural de nosso planeta.

2 – É um processo estabelecido e lavado a cabo de acordo com a Lei de Evolução.

3 – Está intimamente relacionada coma Lei de Causa e Efeito e por ela condicionada.

4 – É um processo de desenvolvimento progressivo que permite ao homem avançar desde o materialismo irracional mais grosseiro, até uma perfeição espiritual e uma inteligente percepção, que lhe permitirão chegar a ser um membro do Reino de Deus.

5 – Explica as diferenças que existem entre os homens e – em conexão com a Lei de Causa e Efeito (denominada Lei do Karma no Oriente) – explica as diferentes circunstâncias e atitudes para com a vida.

6 – É a expressão do aspecto vontade da alma e não o resultado da decisão de uma forma material; é a alma que existe em todas as formas que reencarna, escolhendo e construindo os adequados veículos físico, emocional e mental, com os quais pode aprender as lições necessárias.

7 – A Lei do Renascimento (no que concerne à humanidade) entra em vigência no plano da alma. A encarnação é motivada e dirigida desde o nível da alma, no plano mental.

8 – As almas encarnam, ciclicamente, em grupos, de acordo coma Lei, a fim de estabelecer corretas relações com Deus e com seus semelhantes.

9 – O desenvolvimento progressivo, de conformidade com a Lei do Renascimento, está condicionado, em grande parte, pelo princípio mental “assim como o homem pensa em seu coração, assim ele é”. Estas breves palavras merecem uma cuidadosa reflexão.

10 – Sob a Lei do Renascimento, o ser humano lentamente desenvolve sua mente, logo esta começa, a controlar o sentimento, a natureza emocional e, finalmente, revela ao homem sua alma, natureza e meio ambiente.

11 – Nessa etapa do desenvolvimento, o homem começa a percorrer o Caminho de Retorno e se dirige, paulatinamente, depois de muitas vidas, para o Reino de Deus.

12 – Quando o homem – devido à mentalidade desenvolvida, à sabedoria adquirida, ao serviço prático prestado e à compreensão – aprendeu a nada pedir para o eu separado, então já não deseja viver nos três mundos e se libera da Lei do Renascimento.

13 – Então, é consciente do grupo, da alma de seu grupo e da alma de todas as formas, alcançando, tal como Cristo dissera, uma etapa de perfeição crística, chagando “à Medida da estatura da plenitude de Cristo” (Ef. 4,13).

Nenhuma pessoa inteligente tratará de ver mais além desta ampla generalização. Quando o Cristo reaparecer, possuiremos um conhecimento mais realista e verdadeiro, saberemos que estamos eternamente vinculados às almas de todos os homens e definitivamente relacionados com aqueles que reencarnam conosco, que estão aprendendo as mesmas lições e experimentando e passando pelas mesmas experiências que nós. Este reconhecimento, comprovado e aceito, regenerará a própria origem da vida humana. Sabemos que todas as nossas dificuldades e problemas provêm do fato de não aceitar as nossas responsabilidades e obrigações impostas por esta Lei fundamental. Através dela aprendemos, gradualmente, a reger nossas atividades por seu justo poder restritivo. A Lei do Renascimento encerra em si o conhecimento prático de que os homens necessitam, atualmente, para conduzir, reta e corretamente, suas vidas, nos aspectos religioso, político, econômico, comunal e privado, estabelecendo, assim, corretas relações com a vida divina que existe em todas as formas. (O Reaparecimento do Cristo)

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A Revelação dos Mistérios da Iniciação

Grande parte do que se expõe nestas páginas concerne, em realidade, à aparição do Reino de Deus – aparição que agora pode ter lugar devido a três fatores:

1 – Ao crescimento desse Reino na Terra, com os milhares de pessoas que aceitam suas leis e se esforçam por viver de acordo com suas normas e espírito.

2 – Ao fato de que os sinais do tempo e a imperante necessidade da humanidade evocaram o Cristo, e Ele decidiu reaparecer.

3 – A que a demanda invocadora da humanidade ascendente, continuamente, até “o lugar secreto do Altíssimo” e a Hierarquia projeta aparecer conjuntamente com o Cristo e restabelecer a Lei do Espírito sobre a Terra. O momento da restauração dos antigos Mistérios chegou.

Estes fatos foram divulgados amplamente, durante os últimos anos, como resultado da depuração levada a efeito no mundo, pela guerra mundial (1914-1945), como também pelo sofrimento a que tem sido submetida a humanidade (com um poder igualmente purificador e poderoso, que manifestar-se-á posteriormente). Então, será possível à Hierarquia, a Igreja de Cristo, até agora invisível, exteriorizar-se e atuar, abertamente, no plano físico. Isto significa retornar à situação que existia na época atlântida, quando (empregando a simbologia bíblica, conforme o Gênesis, Cap. 2 e 3) Deus mesmo caminhou entre os homens; Ele falava, então, com eles, não existindo barreiras entre o Reino dos homens e o Reino de Deus. A divindade estava, então, presente em forma física, e os Membros da Hierarquia espiritual guiavam e dirigiam, abertamente, os assuntos da humanidade, até onde permitia o inato livre-arbítrio do homem. Hoje, num futuro próximo, e num passo mais alto da espiral da vida, isto voltará a ocorrer. Os Mestres caminharão, livremente, entre os homens, e Cristo reaparecerá, fisicamente. Também restaurar-se-á os antigos Mistérios. Serão, novamente, reconhecidos os antigos marcos que a Maçonaria preservou, com tanto empenho, e conservou até agora, nos rituais maçônicos, esperando o dia da restauração e da ressurreição.

Estes antigos Mistérios foram, originalmente, dados à humanidade pela Hierarquia e contêm a chave do processo evolutivo, ocultos nos números, nos rituais, palavras e símbolos, velando o enigma do destino e origem do homem, representando para ele, por meio do rito e do ritual, o largo Caminho que deve palmilhar para retornar à luz. Proporcionam, outrossim, (quando esse rito e ritual são interpretados e representados corretamente) o ensinamento de que necessita a humanidade para poder passar da obscuridade à Luz, do irreal ao Real e da morte à Imortalidade. O verdadeiro maçon que compreende, ainda que em pequena escala, o significado dos três graus da Loja Azul, bem como as implicações daquilo de que participa, dará exato valor às frases mencionadas e reconhecerá o significado dos referidos graus. Menciono isto com fins maçônicos, pois está intimamente relacionado com a restauração dos Mistérios que contiveram, no transcurso das épocas, a chave da tão largamente esperada restauração da estrutura que fundamentará o necessário ensinamento, e exporá (quando se libere das nomenclaturas e denominações judias, já caducas, se bem que corretas até três mil anos atrás) a história do progresso do homem no Caminho do Retorno.

Tais são os Mistérios que o Cristo restaurará, quando reaparecer, reavivando de forma nova as igrejas e restaurando o Mistério oculto, perdido há muito tempo, devido ao seu materialismo. A Maçonaria também perdeu a verdadeira vivência que um dia possuiu, porém, tanto nas suas formas como no seu ritual, a verdade está conservada e poderá ser recuperada, e o Cristo fará isto. Fará reviver, ademais, de forma desconhecida, pois nem todos acorrerão à Igreja ou à Maçonaria para revitalizar sua vida espiritual. Os verdadeiros Mistérios também revelar-se-ão através da ciência, e o Cristo proporcionará o incentivo para a sua busca. Os Mistérios encerram, em suas fórmulas e ensinamentos, a chave para a ciência, que desvelará o mistério da eletricidade – a mais elevada ciência espiritual e esfera de conhecimento divino, no mundo – apenas tocada superficialmente. Somente quando a Hierarquia estiver presente, visivelmente, na Terra, e sejam revelados ao mundo os Mistérios, dos quais os discípulos de Cristo são guardiões, será dado a conhecer o verdadeiro segredo da natureza dos fenômenos elétricos.

Em última instância, os Mistérios constituem a verdadeira fonte de revelação, a qual só poderá captar-se sem perigo, em toda sua amplitude, quando a mente e a vontade para o bem estejam estritamente unidas e fundidas, condicionando a conduta humana. Existem energias e forças planetárias que os homens não têm controle nem podem controlar. Nada sabem a respeito delas e, não obstante, a vida do planeta depende delas; estão intimamente relacionadas com os inapreciáveis poderes psíquicos, tão estupidamente encarados, hoje em dia, e ignorantemente empregados. Ditos poderes – quando corretamente determinados e utilizados – serão de grande utilidade para as ciências que os Mistérios revelarão.

O Mistério das idades está em vésperas de ser revelado, e isto acontecerá quando o Cristo reaparecer. As Escrituras sempre profetizaram que ao fim da Era revelar-se-ia o que está secreto e surgiria à luz do dia o que até agora permaneceu oculto. Como sabemos, o presente ciclo assinala o fim da era de Piscis, e os próximos duzentos anos verão a abolição da morte, ou melhor, de nossos equivocados conceitos a respeito dela, e o firme estabelecimento da realidade da existência da alma. Então, saber-se-á que esta é uma entidade, um impulso propulsor e que uma força espiritual se acha detrás de todas as formas manifestadas. Há dois mil anos, o trabalho de Cristo consistiu em proclamar certas grandes possibilidades e a existência de grandes poderes. Quando Ele reaparecer, Sua tarefa consistirá em provar a realidade destas possibilidades e revelar a verdadeira natureza e potência do homem. Sua afirmação de que todos somos filhos de Deus e temos um Pai universal, num futuro próximo não mais será considerado como uma formosa assertiva mística e simbólica, senão uma provada enunciação científica. Nossa fraternidade universal e imortalidade essencial serão comprovadas como realidades da natureza.

Hoje, está sendo preparado o terreno para a magna restauração que Cristo levará a efeito. As religiões mundiais, (incluindo a cristã) e a Maçonaria, estão sendo julgadas pela mente crítica humana; tem-se aceito, quase unanimemente, que ambas fracassaram na tarefa determinada pela divindade. Compreende-se, em toda parte, que deve afluir uma vida nova, e isto implicará uma nova visão e uma nova maneira de encarar as condições da vida e isto somente o Cristo pode ensinar-nos e ajudar-nos a conseguir. Segundo reza uma antiga Escritura:

“O que foi um mistério deixará de sê-lo e aquilo que tem estado oculto agora será revelado; o que tem estado velado surgirá à luz e engrandecerá essa luz e todos os homens verão e se regozijarão. Chegará o momento em que a destruição terá realizado o seu trabalho benéfico; então, os homens, pelo sofrimento, buscarão aquilo que rejeitaram. Em vã persecução, buscaram o que tinham à mão e era fácil de alcançar. Quando o possuíram comprovou-se que era um agente da morte. Não obstante, buscaram sempre a vida e não a morte”.

E o Cristo lhes trará vida, e vida abundante.

Muito se fala hoje, a respeito dos mistérios da iniciação. Em todos os países proliferam os falsos instrutores, que ensinam os pseudomistérios, oferecendo espúrias iniciações (geralmente pagas e com diploma), desorientando, assim, as pessoas. O próprio Cristo disse que existiria tal estado de coisas, antes que Ele viesse e que em toda parte os falsos e os espúrios se proclamariam a si mesmos. Isto não é mais que a evidência de Sua vinda. A falsificação sempre garante o genuíno. As palavras, discussões e pretensões absurdas; o pseudo-ocultismo e os esforços fúteis para “receber uma iniciação” (frase ambígua que os instrutores e teósofos ignorantes têm cunhado para expressar uma profunda experiência espiritual), caracterizaram o ensinamento esotérico, desde sua moderna aparição, em 1875. Então, H.P.Blavatsky apresentou ao mundo ocidental a realidade da existência dos grandes discípulos e Mestres de Sabedoria, que se achavam na Terra, e obedeciam ao Cristo. Mais tarde, arrependeu-se, profundamente, de havê-lo dito, segundo confessa em alguns de seus escritos dirigidos a seu Grupo Esotérico. Entretanto, o que fez formava parte de um grande plano, e não foi um erro. O erro consistiu nas interpretações e reações violentas dos teósofos dessa época, fato que ainda não reconheceram. Esta estúpida reação foi ajudada e apoiada pela natureza investigadora da humanidade, como também pela aspiração a que isso trouxe a par. Os homens crédulos e os comerciantes ambiciosos exploraram o tema e ainda continuam assim procedendo.

Não obstante, o efeito final destas estultices e erros de apresentação resultaram proveitosos. Em todos os países existem, atualmente, os homens que são conscientes da existência dos Mestres e da possibilidade e oportunidade oferecidas para um progresso espiritual científico que os converterá em membros do Reino de Deus. As igrejas fizeram caso omisso disso, considerando a ciência, especialmente na era vitoriana, como um arquiinimigo.

Estas informações tão profusas, sobre os mistérios da iniciação – algumas delas sendo evidências de uma verdade oculta, outras produto da imaginação, e as demais instigadas com fins comerciais, têm preparado, definidamente, a humanidade, para os ensinamentos que Cristo dará, segundo se crê, quando estiver, novamente, entre nós, em presença física.Ainda que o cristão ortodoxo não queira admiti-lo, todo o Evangelho, nas suas quatro formas ou apresentações, quase não contém outra coisa que detalhes simbólicos sobre os Mistérios, que são (no que concerne à humanidade) cinco, no total. Ditos Mistérios indicam, na realidade, a história espiritual de um aspirante. Também assinalam cinco importantes etapas, no progresso da consciência humana. Conquanto incompreensível hoje, em certa etapa da era aquariana estre progresso será mais claro e definido. A humanidade, o discípulo mundial (por meio dos diferentes grupos que se encontram em distintos graus de desenvolvimento) “penetrará”, durante os próximos dois mil anos, em novos estados de percepção e em novos reinos ou esferas mentais e espirituais de consciência.

Cada era deixou o reflexo de um quíntuplo desenvolvimento moderno. Falando astronomicamente, quatro eras são passadas: Gêminis, Taurus, Áries e Piscis. Atualmente, Aquário, a Quinta, está entrando em poder. Gêminis imprimiu o signo simbólico dos dois pilares sobre a Fraternidade maçônica daquela época, e os dois pilares Joachin e Boaz – dando os nomes judeus que não são, certamente, os verdadeiros – apareceram há dois mil anos, aproximadamente. Depois seguiu-se Taurus, o touro, época em que Mithra veio como Instrutor do mundo e instituiu os mistérios de Mithra, com uma (aparente) adoração ao touro. Logo seguiu-se Áries, o carneiro, que viu o começo da dispensação judaica, tão importante para os judeus e, desafortunadamente, também para a religião cristã, porém sem importância para os inumeráveis seres humanos de outras partes do mundo. Durante este ciclo, veio o Buda, Shri Krisna e Sankaracharya. Finalmente, temos a era de Pisis, peixes, que nos trouxe o Cristo. A seqüência dos Mistérios personificados em cada um dos signos do zodíaco será esclarecida pelo Cristo, pois a consciência coletiva atual exige algo mais definido e realmente espiritual que a astrologia moderna e o pseudo-ocultismo, tão amplamente difundido.

Na era que temos diante de nós, depois do reaparecimento do Cristo, centenas de milhares de pessoas experimentarão algumas das grandes expansões de consciência, porém, a reação das multidões será de renúncia (embora isto não signifique, de nenhuma maneira, que estejam passando pela Quarta iniciação); renunciarão às normas materialistas que hoje dominam em todas as camadas da família humana. Uma das lições que a humanidade deve aprender, no presente (prelúdio da nova era), é saber quão poucas coisas materiais são realmente necessárias para a vida e para a felicidade. A lição não foi ainda aprendida. Entretanto, constitui, essencialmente, um dos valores que se hão de extrair deste período de espantosas privações, pelo qual estão passando, diariamente, os homens. A verdadeira tragédia reside no fato de que o hemisfério ocidental, especialmente os Estados Unidos, não participem deste processo espiritual definido e vitalizador; são presentemente demasiado egoístas para consenti-lo.

Por conseguinte, poderão ver que a iniciação não é um processo cerimonial, ou um prêmio concedido a um bem sucedido aspirante; nem tampouco uma penetração nos Mistérios – dos quais os da Maçonaria constituem, até agora, uma apresentação gráfica – senão o resultado da “vivência” experimentada nos três mundos de percepção (físico, emocional e mental), pondo em atividade – através desta vivência – as células registradoras e memorizadoras da substância cerebral que até agora não foram susceptíveis às impressões superiores. Através desta zona registradora em expansão, ou, se preferem, através do aperfeiçoamento de um mecanismo registrador mais refinado, ou instrumento de resposta, a mente pode converter-se em transmissor dos valores elevados e da compreensão espiritual. Assim, o indivíduo chega a ser consciente de zonas de existência divina e estados de consciência eternamente presentes, porém que o indivíduo, constitucionalmente, é incapaz de registrar ou fazer contato; nem a mente, nem o seu agente registrador, o cérebro, foram capazes de realizá-lo, sob o ângulo de seu desenvolvimento evolutivo.

Quando o farol da mente penetra, com lentidão, nos aspectos da mente divina, até agora não reconhecidos; quando despertam as qualidades magnéticas do coração e respondem sensitivamente a ambos os aspectos, o homem se torna capacitado para atuar nos novos reinos de luz, amor e serviço, que estão em processo de desenvolvimento. Então, é um iniciado.

Estes são os mistérios, dos quais se ocupará o Cristo. Sua reconhecida presença entre nós e a de Seus discípulos, fará que progridam mais rapidamente que até agora. O estímulo da Hierarquia objetiva aumenta potentemente, e a era de Aquário presenciará a aceitação da grande Renúncia, por parte de tantos filhos dos homens, assinalando que o esforço mundial será das mesmas proporções que o realizado para educar, coletivamente, a humanidade, na era de Piscis. O materialismo, como princípio de massa, será rechaçado, e os grandes valores espirituais assumirão um maior controle.

A culminação de uma civilização, com sua tônica especial – as qualidades e os dons legados à posteridade, refletindo sua intenção espiritual (como a participação de todos os povos) – constitui uma das iniciações. Algum dia, a história se fundamentará e se escreverá de acordo com as características do crescimento iniciático da humanidade; para chegarmos a isso, devemos ter uma história erigida sobre o desenvolvimento da humanidade, influenciada pelas grandes e fundamentais idéias. Assim se escreverá a história, no futuro.

A cultura de um período determinado é simplesmente o reflexo da capacidade criadora e da cabal consciência dos iniciados de sua época – os quais sabiam que eram iniciados, sendo conscientes, também, de que entrariam em relação direta com a Hierarquia. Na atualidade, não usamos nenhuma destas duas palavras, civilização e cultura, em seu sentido correto ou em seu verdadeiro significado. A civilização é o reflexo de alguma influência cíclica determinada, que conduz as massas a uma iniciação. A cultura está esotericamente relacionada com aqueles que, em qualquer era da civilização, de forma específica, cabalmente e com a consciência desperta, penetram, mediante o esforço auto-iniciado, nos reinos internos da atividade mental, a que chamamos mundo criador. Estes são os fatores responsáveis da civilização, no seu aspecto externo.

O reaparecimento do Cristo assinala uma relação mais estreita entre os mundos interno e externo do pensamento. O mundo de significados e o mundo de experiência se fundirão, oportunamente, mediante o estímulo proporcionado pelo advento da Hierarquia e de Seu Guia, o Cristo. Um enorme acréscimo de compreensão e das relações será o principal resultado. (O Reaparecimento do Cristo)

O Trabalho do Cristo e Seus EnsinamentosOs Ensinamentos do Cristo

A Dissipação da Miragem

A palavra “deslumbramento”, característica destacada do plano astral, nunca foi corretamente empregada e, lamentavelmente, foi utilizada nos primeiros dias do ensinamento esotérico. O assim chamado “plano astral” é simplesmente o nome dado à soma total das reações sensoriais; à resposta sentimental e à substância emocional que o homem mesmo criou e projetou com tanto êxito, sendo hoje a vítima de sua própria obra. Oitenta por cento do ensinamento difundido sobre o plano astral é parte da grande ilusão e também do mundo irreal a que nos referimos quando pronunciamos a antiga prece: “Conduze-nos do irreal ao Real”. O que se diz sobre ele tem pouco fundamento. Entretanto, serviu a um propósito útil como campo de experiência, em que podemos aprender a distinguir o verdadeiro do falso. Ademais, constitui uma zona, na qual o aspirante pode empregar a faculdade discriminadora da mente – a grande reveladora do erro e, oportunamente, da verdade.

Quando aquela “mente estiver em nós que também está no Cristo” (Fil. 2,5), verificaremos que o controle da natureza emocional e da área sensorial do consciente (o plano astral, se preferem o termo) se tornará completo. Então, já não existirá o controle exercido pelos sentidos nem sua esfera de influência. É irreal, exceto como campo de serviço e como um reino através do qual perambulam os homens desesperados e perplexos. O maior serviço que um homem pode prestar a seus semelhantes é livrar-se, por si mesmo, do controle que exerce esse plano, dirigindo as energias deste, mediante o poder do Cristo interno. Então, achará que as forças autocentradas e as energias dos desejos pessoais e do amor emocional serão substituídas por uma energia vital, que pode ser sentida amplamente, conquanto não possa ainda ser captada em sua essência pura, energia esta a que denominamos “amor de Deus”. É uma força que flui livremente; que se exterioriza e atrai magneticamente, conduzindo cada peregrino de regresso à Morada do Pai. É essa força que agita o coração da humanidade e encontra sua expressão através de Avatares tão grandes quanto o Cristo; guia o anelo místico que se encontra em todo ser humano, e atua através de todos os movimentos que têm por objetivo o bem-estar da humanidade, mediante as tendências filantrópicas e educativas de toda classe, bem assim a maternidade instintiva que se encontra em toda parte. Esta, porém, é, essencialmente, uma sensibilidade grupal, e somente na Era de Aquário, como resultado do reaparecimento do Cristo, sua verdadeira natureza será compreendida corretamente, e o amor de Deus se expandirá em todo coração humano.

Cristo sabia muito a respeito deste mundo de miragem e de ilusão, demonstrando por Si mesmo que o amor verdadeiro poderia controlá-lo. Parte das três grandes tentações do Cristo, no deserto, se baseou nos três aspectos da miragem mundana: as ilusões que a mente cria, a miragem no plano emocional da experiência e a complexidade das circunstâncias terrenas. Todos ameaçavam confundi-Lo, porém Ele as enfrentou, enunciando um claro e conhecido princípio, e não com a argumentação de uma mente analítica. Com essa tríplice experiência, partiu para amar, ensinar e curar. O Cristo – ao voltar – será o grande dissipador da miragem mundial. O caminho para isso foi preparado por Buda. A possibilidade de tal dissipação e dispersão se acha definitivamente centralizada nos Avatares, Buda e Cristo. Uma das coisas mais essenciais, na atualidade, é fazer a humanidade e as nações do mundo compreenderem a natureza do trabalho por Ele empreendido, e voltar a sublinhar as verdades projetadas, no contexto do pensamento mundial. A tarefa do Senhor da Luz e a do Senhor do Amor deve ser apresentada de novo a um mundo necessitado. Sobre isto poderia dizer-se que algumas nações necessitam de compreender o ensinamento que Buda enunciou, nas Quatro Nobres Verdades. Devem compreender que a causa de toda aflição e sofrimento reside no indevido abuso do desejo – desejo pelo que é material e transitório. As Nações Unidas necessitam aprender a aplicar a Lei do Amor, tal como está enunciado na vida do cristo, e a expressar a vitalidade que existe na verdade segundo a qual “nenhum de nós vive para si” (Rom. 14,7), nem tampouco nação alguma; o objetivo de todo esforço humano é a compreensão amorosa, impelida por um plano de amor e corretas relações humanas, entre o gênero humano.

Se as vidas destes dois grandes Instrutores puderem ser compreendidas e Seus ensinamentos aplicados hoje, novamente, à vida dos homens, ao mundo dos assuntos humanos, ao reino do pensamento humano, ao diálogo político, assim como ao intercâmbio econômico, então a presente ordem mundial (que em sua maior parte é desordem), poderá ser de tal maneira modificada e mudada, que, paulatinamente, uma nova ordem mundial e uma nova raça de homens surgirão. Então, a miragem e a ilusão mundiais serão dissipadas.

No mundo da miragem – o mundo do plano astral das emoções – apareceu, há séculos, um ponto de luz; O Senhor da Luz, Buda, empreendeu a tarefa de enfocar em Si mesmo a iluminação que possibilitaria, oportunamente, a dissipação da miragem. No mundo da ilusão, o mundo do plano mental, apareceu Cristo, o Senhor do Amor. Empreendeu a tarefa de fazer desaparecer a ilusão, atraindo para Si (pelo poder de atração do amor), o coração de todos os homens, e afirmou esta determinação com as palavras: “E eu, quando for levantado da terra, a todos atrairei a Mim” (João 12,32).

O trabalho conjunto destes dois grandes Filhos de Deus, concentrado através dos discípulos mundiais e de Seus iniciados, deve destruir, e inevitavelmente o fará, a grande ilusão e dissipar a miragem – um, mediante o reconhecimento intuitivo da realidade, por parte das mentes sintonizadas com ela; e o outro, fazendo afluir a luz da razão. Buda fez o primeiro esforço planetário, para romper com o deslumbramento mundial; Cristo realizou o primeiro esforço planetário para dissipar a ilusão. Sua obra deve ser levada adiante, agora de maneira inteligente, por uma humanidade suficientemente sábia para identificar seu dever.

O despertar para a realidade vai, rapidamente, se apoderando do homem, que, em conseqüência, verá as coisas com mais clareza. A miragem mundial vai-se afastando do caminho do homem. Ambos os desenvolvimentos foram produzidos pelas entrantes novas idéias focalizadas através dos intuitivos e entregues ao conhecimento público pelos pensadores. Também ajudou, grandemente, o reconhecimento inconsciente, embora não menos real, por parte das multidões, do verdadeiro significado das Quatro Nobres Verdades. A humanidade, não mais iludida e livre da miragem, aguarda a futura revelação, que produzir-se-á pelo esforço de Buda e Cristo. Tudo o que podemos prever e prognosticar referente a esta revelação, é que se obterão certos resultados de grandes projeções, mediante a fusão da luz e do amor, e pela reação da “substância iluminada” para com o “poder atrativo do amor”. Há, aqui, uma chave para se chegar a compreender, realmente, o trabalho destes Avatares – algo que até agora não havia existido. Poderia agregar-se que, quando se tenha conseguido uma cabal apreciação do significado das palavras “transfiguração de um ser humano”, ter-se-á compreendido aquelas outras “quando todo teu corpo resplandece” (Lucas 11,36) ou, então, “em Tua Luz veremos a luz” (Salmos 36,9). Isto significa que, quando a personalidade tiver alcançado certo grau de purificação, dedicação e iluminação, o poder de atração da alma, cuja natureza é amor e compreensão, poderá atuar e a fusão de ambos ocorrerá. Isto é o que Cristo demonstrou e comprovou.

Quando for consumado o trabalho do Buda (encarnação do princípio sabedoria) no discípulo aspirante e em sua personalidade integrada, então poderá, também, expressar-se, plenamente, o trabalho de Cristo (encarnação do princípio amor), e ambas as potências, Luz e Amor, acharão brilhante expressão no discípulo transfigurado. O que é certo para o indivíduo o é para a humanidade, a qual, hoje (havendo alcançado a madureza), pode “começar a compreender” e tomar parte, conscientemente, no trabalho de iluminação e de amorosa atividade espiritual. Os efeitos práticos deste processo trarão a dissipação da miragem, liberando o espírito humano da escravidão da matéria, trazendo, ademais, o fim da ilusão e o renascimento da verdade, tal como existe na consciência daqueles que estão polarizados na consciência crística.

Este não é um processo rápido, senão um procedimento regulado e ordenado, que tem assegurado seu êxito final, ainda que lento quanto ao seu estabelecimento e desenvolvimento consecutivo. Esse processo foi iniciado no plano astral por Buda, e, no plano mental, quando Cristo apareceu na Terra. Indicou a próxima maturidade da humanidade. O processo foi impulsionado lentamente, à medida que estes dois grandes Seres reuniram Seus discípulos e iniciados durante os últimos dois mil anos. Chegou a ser de grande utilidade, à medida que o canal de comunicação entre “o Centro onde a Vontade de Deus é conhecida” e a Hierarquia, onde o Amor de Deus se manifesta, se foi abrindo e expandindo, e o contato entre estes dois centros e a humanidade se estabeleceu com maior firmeza.

Desta maneira, milhares de homens e mulheres inteligentes se libertarão de toda ilusão e controle emocional. Quando os corações dos homens estiverem ativos, nesse momento terminará toda a atividade emocional do plexo solar. Esta é uma afirmação real, pois os corações dos homens que respondem ao chamado de Cristo, são os que invocam hoje em dia. O agonizante ciclo emocional, pelo qual passou a humanidade durante os últimos cento e cinqüenta anos, e a tensão emocional em que vivem, hoje, os homens, também desempenham sua parte, a fim de ajustar a humanidade para que penetre no reino do pensar claramente. Isto marcará um ponto de inflexão de grande importância na história da humanidade e constituirá um dos resultados do futuro trabalho científico que o Cristo (se assim se pode chamá-lo) realizará com os corações dos homens, pondo-os em relação com o coração de Deus.

Esse campo de experiência e prova é bem conhecido por todos os aspirantes, sendo o campo de batalha de milhões de seres. O Cristo interno, como Controlador da vida individual, pode pôr fim a esta batalha; o aspirante pode emergir com os olhos abertos e sem temor. O aparecimento do Cristo entre os homens fará o mesmo, em relação a toda a humanidade, não num sentido figurado, senão através da vivência de Sua presença, estimulando o princípio crístico, em todo coração humano. (O Reaparecimento do Cristo)

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