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terça-feira, 16 de setembro de 2008

Estâncias de Dzyan




Estâncias de Dzyan
Nas sete Estâncias traduzidas do Livro de Dzyan
ESTÂNCIA I
1. A origem eterna, envolta em suas vestes sempre invisíveis, havia dormido, mais uma vez, por sete eternidades.
2. O tempo não existia, porque ele havia dormido no seio infinito da duração.
3. A mente universal não existia, porque não havia nenhum Ah-hi para contê-la.
4. Os sete caminhos para o êstase não existiam. As grandes causas da miséria não existiam, porque não havia ninguém para produzi-las e ser aprisionado por elas.
5. Somente as trevas preenchiam o todo sem limite, porque o pai, a mãe e o filho eram mais uma vez um e o filho ainda não tinha despertado para a nova roda e sua peregrinaçao nessa roda.
6. Os sete senhores sublimes e as sete verdades tinham deixado de existir, e o Universo, o filho da Necessidade, estava imerso no Paranishpanna, para ser expirado por aquele que é e, no entanto, não é. O nada existia.
7. As causas da existência tinham sido eliminadas; o visível que era e o invisível que é descansavam no eterno não-ser � o único ser.
8. Somente a forma única de existência se estendia sem limites, infinita, sem causa, num sono sem sonhos; e a vida pulsava inconsciente no espaço universal, através daquele todo-presença que é percebido pelo olho aberto do Dangma.
9. Mas onde estava o Dangma quando o Alaya do universo estava em Paramartha e a grande roda era Anupadaka?
DS, Vol I, p. 27
Estância II
1. . . . Onde estavam os construtores, os filhos luminosos da aurora manvantárica? . . . Nas trevas desconhecidas em seus Ah-hi Paranishpanna. Os produtores da forma a partir da não-forma � a raiz do mundo � os Devamatri e Svâbhâvat descansavam no êstase do não-ser.
2. . . . Onde estava o silêncio? Onde estavam os ouvidos para percebê-lo? Não, não havia nem silêncio, nem som; nada, exceto o eterno sopro incessante que não conhece a si mesmo.
3. A hora ainda não tinha soado; o raio ainda não tinha brilhado dentro do Germe; a Matripadma não tinha ainda entumecido.
4. O coração dela ainda não tinha se aberto para o raio uno entrar, e em seguida cair como o três no quatro, no colo de Maya.
5. Os sete filhos ainda não tinham nascido da teia de luz. Somente as trevas eram o pai-mãe, Svâbhâvat; e Svâbhâvat existia nas trevas.
6. Esses dois são o Germe, e o Germe é um. O Universo ainda estava escondido no Pensamento Divino e no Seio Divino. . . .
Estância III
1. . . . A última vibração da sétima eternidade palpita por todo infinito. A mãe incha, expandindo-se de dentro para fora, como um botão de lótus.
2. A vibração se propaga, tocando com sua asa veloz todo o universo e o germe que mora nas trevas: as trevas que respiram sobre as dormentes águas da vida . . .
3. As trevas irradiam luz e a luz projeta um raio solitário nas profundezas da mãe. O raio penetra o ovo virgem. O raio faz o ovo eterno vibrar e deixa cair o germe não-eterno, que se condensa no ovo do mundo.
DS Vol. I, p. 28
4. Então, o três cai dentro do quatro. A essência radiante torna-se sete dentro, sete fora. O luminoso ovo, que é três em si mesmo, coagula-se e espalha seus coágulos brancos como o leite através das profundezas da mãe, a raiz que cresce nas profundezas do oceano da vida.
5. A raiz permanece, a luz permanece, os coágulos permanecem e ainda Oeaohoo é uno.
6. A raiz da vida existia em cada gota do oceano da imortalidade, e o oceano era luz radiante, que era fogo e calor e movimento. As trevas desapareceram e não exisitam mais; elas desapareceram em sua própria essência, o corpo de fogo e água, ou o pai e a mãe.
7. Veja, ó Lanu! O filho radiante dos dois, a glória refulgente sem paralelo: Espaço brilhante, filho do Espaço Negro que emerge das profundezas das águas escuras. É Oeaohoo, o mais jovem, o * * * Ele brilha como filho; ele é o resplandecente e Divino Dragão da Sabedoria; o Um é Quatro e o Quatro toma para si o Três� e a União produz o Sapta em quem estão os sete que se tornam a Tridasa (ou as hostes e as multitudes). Veja-o levantando o véu e desfraldando-o de leste a oeste. Ele fecha o acima e deixa o abaixo para ser visto como a grande ilusão. Ele marca os lugares para os resplandecentes e transforma o acima num oceano de fogo sem praias e o uno manifestado em grandes águas.
8. Onde estava o germe e onde estavam, agora, as trevas? Onde está o espírito da chama que queima em tua lâmpada, ó lanu? O germe é aquele e aquele é luz, o brilhante filho branco do pai escuro oculto.
9 A luz é chama fria, e a chama é fogo e o fogo produz calor que resulta em água: a água da vida na grande mãe.
10. A mãe-pai tece uma teia cuja ponta superior é presa ao espírito � a luz da treva única � e a inferior, à sua extremidade sombria, a matéria; e essa teia é o universo tecido com as duas substâncias feitas uma, que é Svâbhâvat.
� Na tradução inglesa do sânscrito, os números são mantidos em sânscrito: Eka, Chatur, etc, etc. Considerou-se melhor dá-los em inglês.
DS Vol I, p. 29
11. A teia se expande quando o sopro do fogo está sobre ela; ela se contrai quando o sopro da mãe a toca. Então os filhos se dissociam e se espalham para retornarem ao seio de sua mãe ao fim do grande dia, voltando a ser unos com ela; quando a teia se esfria, ela torna-se radiante e os filhos se expandem e se contraem através de si mesmos e seus corações; eles abraçam a infinitude.
12. Então, Svâbhâvat envia Fohat para consolidar os átomos. Cada um é uma parte da teia. Refletindo o "Senhor Auto-Existente" como um espelho, cada um transforma-se, por sua vez, num mundo.
Estância IV
1. . . . Ouvi, vós Filhos da Terra, aos vossos instrutores � os Filhos do Fogo. Aprendei que não há nem primeiro, nem último, porque tudo é um: o número procedeu do não-número.
2. Aprendei o que nós, que descendemos dos Sete Primordiais, nós que nascemos da Chama Primordial, aprendemos com nossos pais. . . .
3. Da efulgência da luz � o raio das trevas eternas � projetaram, no espaço, as energias re-despertadas; o um do ovo, o seis e o cinco. Então, o três, o um, o quatro, o um, o cinco � o duas vezes sete, a soma total. E essas são as essências, as chamas, os elementos, os construtores, os números, o arupa, o rupa e a força do Homem Divino � a soma total. E do Homem Divino, emanaram as formas, as centelhas, os animais sagrados e os mensageiros dos pais sagrados dentro do quatro santo.
4. este era o exército da voz � a mãe divina dos sete. As centelhas dos sete estão sujeitas e são servas do primeiro, do segundo, do terceiro, do quarto, do quinto, do sexto e o sétimo dos sete. Essas "centelhas" são chamadas esferas, triãngulos, cubos, linhas e modeladores; porque assim se apresenta o Eterno Nidana � o Oeaohoo, que é:
DS Vol I, p. 30
5. "Trevas", o sem limites ou o não-número, Adi-Nidana, Svâbhâvat:-
I. O Adi-Sanat, o número, porque ele é um.
II. A voz do Senhor Svâbhâvat, os números, proque ele é um e nove.
III. O "quadrado sem forma".
E esses três inclusos dentro do  são o quatro sagrado; e os dez são o universo arupa. Então, vêm os "filhos", os setes lutadores, o um, o oitavo excluído e seu sopro que é o produtor da luz.
6. então o segundo sete, que são os Lipika, produzidos pelos três. O filho rejeitado é um. Os "Filhos-Sóis" são incontáveis.
Estância V
1. Os Sete Primordiais, os Sete Primeiros Sopros do Dragão da Sabedoria produzem, por sua vez, com seus sopros circungiratórios, o Redemoinho de Fogo.
2. Eles fazem dele o mensageiro de sua vontade. O Dziu torna-se Fohat, o filho veloz dos filhos divinos, cujos filhos são os Lipika. Fohat se desdobra de forma circular. Fohat é o cavalo e o pensamento é o cavaleiro. Ele passa como um raio através das nuvens de fogo; dá três e cinco e sete passos através das sete regiões acima e sete abaixo. Ele levanta sua voz e chama as centelhas inumeráveis e as reúne.
3. Ele é seu espírito guia e seu líder. Quando ele começa a sua obra, ele separa as centelhas do reino inferior que flutuam e vibram de alegria em suas moradas radiantes e forma com elas os germes das rodas. Ele os coloca nas seis direções do espaço e um no meio � a roda central.
4. Fohat traça linhas espirais para unir os seis ao sétimo � a Coroa; um exército dos filhos da luz fica em cada ãngulo e seus Lipika, na roda do meio. Eles dizem: Isto é bom, o
DS Vol I, p. 31
primeiro mundo divino está pronto, o primeiro é agora o segundo. Então o "Arupa Divino" se reflete no Chhaya Loka, a primeira veste de Anupadaka.
5. Fohat dá cinco passos e constrói uma roda alada em cada canto do quadrado, para os quatro sagrados e seus exércitos.
6. Os Lipikas circunscrevem o triãngulo, o primeiro um, o cubo, o segundo um e o pentágono dentro do ovo. É o anel chamado "Não passa" para aqueles que descendem e ascendem. Também para aqueles que, durante o kalpa, estão progredindo em direção ao grande dia "Seja Conosco". Assim foram formados os Rupa e os Arupa: da luz única, sete luzes; de cada um das sete, sete vezes sete luzes. As rodas observam o anel. . . .
Estância VI
1. Pelo poder da Mãe da misericórdia e conhecimento � Kwan-Yin � o "triplo" de Kwan-Shai-Yin, residindo em kwan-Yin-Tien, Fohat, o sopro de sua progênie, o Filho dos Filhos, havia trazido à existência, do abismo inferior, a forma ilusória de Sien-Tchang e os Sete Elementos:*
2. O Um veloz e radiante produz os sete centros Laya, contra os quais ninguém prevalecerá até o grande dia "Seja Conosco", e coloca o universo nesses alicerces eternos que envolvem Tsien-Tchan com os Germes Elementares.
3. Dos Sete � primeiro o um manifestado, seis escondidos, dois manifestos, cinco escondidos; três manifestos, quatro escondidos; quatro produzidos, três ocultos; quatro e um Tsan (fração) revelados, dois e meio escondidos; Seis a serem manifestados, um ignorado. Finalmente, sete pequenas rodas revolvendo; uma dando nascimento à outra.
* O verso 1 da Estância VI é de uma data mais recente que as outras Estâncias, embora ainda seja muito antigo. O texto antigo deste verso, que contém nomes inteiramente desconhecidos aos Orientalistas, não dá nenhuma pista disso ao estudante.
DS Vol I, p. 32
4. Ele as constroi à semelhança das rodas mais antigas, colocando-as nos Centros Imperecíveis.
Como Fohat as constroi? Ele coleta a poeira de fogo. Ele faz bolas de fogo, corre através delas e em seu derredor, infundindo-lhes vida, então, as coloca em movimento; umas numa direção, outras noutra direção. Elas são frias, ele as faz quentes. Elas são secas, ele as faz úmidas. Elas brilham, ele as abana e as esfria. Assim age fohat de um crepúsculo ao outro, durante sete eternidades.
5. Na quarta, os filhos sãos instruídos a criar suas imagens. Um terço se recusa � dois terços obedecem.
A maldição é proferida; eles nascerão na quarta, sofrerão e causarão sofrimento; esta é a primeira guerra.
6. As rodas mais antigas rodam para cima e para baixo. ... A progênie da mãe encheu o todo. Houve batalhas entre os Criadores e os Destruidores, e batalhas lutadas por espaço; a semente aparecendo e reaparecendo continuamente.
7. Faz teus cálculos, lanu, se queres aprender a idade correta de tua pequena roda. Teu quarto raio é nossa mãe. Alcança o quarto "Fruto" do quarto caminho do conhecimento que leva ao Nirvana e compreenderás, porque Verás. . . .

Estância VII
1. Observa o começo da vida senciente sem forma.
Primeiro o Divino, o uno originado do Espírito-Mãe; depois, o Espiritual, O Três do um, o quatro do um e o cinco do qual provêem o três, o cinco e o sete. Estes são o triplo e o quádruplo descendentes; os filhos "nascidos da mente" do primeiro senhor; os sete brilhantes.
Eles são Tu, Eu, Ele, ó Lanu. São eles que velam por ti e por tua mãe terra.
DS Vol I, 33
2. O raio uno multiplica os raios menores. A vida antecede a forma e a vida sobrevive ao último átomo da forma. Através dos incontáveis raios procede o raio-vida, o uno, como um fio através de muitas jóias.
3. quando o um se torna dois, o triplo aparece e os três são um; e é nosso fio, ó Lanu, o coração do homem-planta chamado Saptaparna.
4. é a raiz que nunca morre; a chama de três línguas dos quatro pavios. Os pavios são as centelhas que procedem da chama de três línguas emitida pelos sete � sendo esta sua chama �, os raios e as centelhas de uma lua refletida nas ondas móveis de todos os rios da terra.
5. A centelha pende da chama pelo fio mais sultil de fohat. Ela viaja através dos Sete Mundos de Maya. Ela pára no primeiro e é um metal e uma pedra; ela passa para o segundo e, veja � uma planta; a planta passa como um redemoinho por sete mudanças e torna-se um animal sagrado. Dos atributos combinados destes, manu, o pensador, é formado. Quem o forma? As sete vidas e a vida única. Quem o completa? o Lha quíntuplo. E quem aperfeiçoa o último corpo? Peixe, sin e soma. ...
6. do primeiro nascido, o fio entre o observador silencioso e sua sombra torna-se mais forte e radiante a cada mudança. A luz do sol matutina transformou-se na glória do meio dia. . . .
7. Esta é tua roda atual, disse a Chama à Centelha. Tu és eu mesmo, minha imagem e minha sombra. Eu me revesti de ti e tu és meu Vahan até o dia "Seja Conosco", momento em que tu deverás te tornar novamente eu mesmo e os outros, tu mesma e eu mesmo. Então os construtores, tendo vestido sua primeira veste, descem à terra radiante e reinam sobre os homens � que são eles mesmos. . . .

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